Entre 60 a 100 pessoas estão a ser procurados. Podem estar entre os 85 mortos já confirmados, mas estado dos cadáveres dificulta identificação.
Os apelos multiplicam-se nas redes sociais e as fotos estão espalhadas por toda a parte. Familiares desesperados procuram um marido, um filho, uma tia, um pai. Todos estão desaparecidos desde segunda-feira à noite, quando uma onda de fogo imparável avançou sobre a estância balnear de Mati, arrasando tudo à sua passagem.
Famílias desesperam sem notícias de desaparecidos nos fogos na Grécia
Muitos dos desaparecidos estarão entre as 85 vítimas confirmadas, mas o estado dos corpos, que ficaram completamente carbonizados, dificulta a identificação e prolonga a angústia das famílias.
Segundo avança a imprensa local, até esta manhã de quinta-feira haviam sido confirmadas 82 vítimas, mas entretanto um homem de 73 anos que estava hospitalizado acabou por morrer. Entretanto, mais dois corpos foram encontrados em Mati.
"A missão hoje é tentar encontrar pessoas desaparecidas em terra e perto do mar", disse à agência Lusa Ramos Christos, coordenador de uma equipa da Proteção Civil que viajou de Thessaloniki, 450 quilómetros a norte.
O especialista em situações de crise afirmou ser "importante encontrar os desaparecidos para as famílias que estão ansiosas ficarem mais aliviadas".
Durante todo o dia desta quarta-feira, bombeiros, polícias e muitos voluntários percorreram as ruas de Mati. Iam casa a casa, carro a carro, à procura de mais vítimas. "As famílias pediram-nos para mover montanhas. Procuramos em todas as casas, em todos os locais onde pode estar alguém", diz um voluntário. A esperança de encontrar sobreviventes é nula. "Nesta fase já não esperamos encontrar feridos, só mortos", diz um responsável da Cruz Vermelha.
Não há um balanço oficial do número de desaparecidos, mas várias estimativas apontam para entre 60 a 100 pessoas das quais não há notícia. Muitos estarão entre os mortos, outros podem ser feridos graves ainda por identificar. A última vez que foram vistos estavam entre Rafina e Nea Nakri, zona balnear com cerca de 10 quilómetros de extensão da qual a localidade- -mártir de Mati é a 'zona zero', aquela onde mais pessoas morreram.
É nesta área que estão concentradas as buscas pelas vítimas da tragédia que enlutou a Grécia e é descrita pela imprensa local como 'Armagedão'.
Quatro detidos a saquear casas
Quatro pessoas foram detidas pela polícia grega na madrugada desta quarta-feira quando tentavam saquear casas abandonadas pelos moradores na zona da tragédia. As detenções vêm reforçar a tese de que os incêndios tiveram origem criminosa: terão sido ateados para forçar os turistas a fugir, deixando casas e bens à mercê dos ladrões.
O forte vento, a densa florestação e a falta de ordenamento habitacional, com ruas estreitas e muitas casas ilegais construídas no meio da mata, terão contribuído para agravar a tragédia, à qual não serão também alheios a inexistência de planos de emergência e a falta de meios humanos e materiais dos bombeiros.
Um estudo do World Wildlife Fund indica que a capacidade de combate a incêndios da Grécia foi reduzida a metade desde 2009 devido aos cortes na despesa que o país teve de fazer no âmbito dos sucessivos resgates europeus. Em fevereiro do ano passado, por exemplo, 4 mil bombeiros viram expirar os seus contratos de trabalho temporários. Pouco mais de metade voltou a ser contratada.
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