Estados Unidos "querem deixar claro que não toleram este tipo de atividades".
Os Estados Unidos condenaram esta segunda-feira com "veemência" o disparo de um míssil antissatélite feito pela Rússia, que originou milhares de destroços que estão a ameaçar os astronautas na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla inglesa).
"Hoje, cedo, a Rússia conduziu de forma irresponsável um teste destrutivo de um míssil antissatélite de ascensão direta contra um dos seus próprios satélites", referiu o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price, que considerou o comportamento de Moscovo como "perigoso e irresponsável".
Segundo Price, esta ação "gerou mais de 1500 detritos orbitais rastreáveis e centenas de milhares de fragmentos menores de detritos orbitais" que agora "ameaçam os interesses de todas as nações".
Sem querer comentar possíveis medidas retaliatórias, Price disse que os Estados Unidos "querem deixar claro que não toleram este tipo de atividades".
"[O disparo do míssil] mostra claramente que as afirmações da Rússia de que se opõe à militarização do espaço são espúrias e hipócritas", acrescentou o porta-voz.
Por seu lado, o porta-voz do Pentágono, John Kirby, manifestou "inquietação" face aos detritos que estão agora a orbitar o espaço, salientando os perigos para quem se encontra na ISS e para a própria estrutura espacial.
"Estamos a analisar atentamente o género de meios que a Rússia parece querer desenvolver", acrescentou.
Esta segunda-feira de manhã, os sete astronautas a bordo da ISS tiveram de se refugiar nas naves atracadas na estação, a fim de se prepararem para uma possível evacuação.
O comando militar norte-americano revelou durante o dia que está a investigar o incidente.
"A Força Espacial dos EUA tem conhecimento de um evento que gerou destroços no espaço. Estamos a trabalhar ativamente para caracterizar o campo de destroços", salientou um porta-voz desta força.
Os militares estão ainda em contacto com o Departamento de Estado e a NASA sobre este assunto, acrescentou a mesma fonte.
A agência espacial russa, Roscosmos, tinha divulgado anteriormente que os astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) estão fora de perigo, sem mencionar o alegado teste de míssil.
"A rota do objeto, que forçou a tripulação a deslocar-se para a nave, como procedimento padrão, afastou-se da ISS", assinalou a Roscosmos, numa mensagem divulgada através da rede social Twitter.
Também o cosmonauta russo Anton Shkaplerov, destacou através do Twitter que os tripulantes estavam a salvo e que o trabalho já tinha sido retomado.
A ISS tem atualmente sete pessoas a bordo, segundo o órgão de informação especializado Spaceflight Now.
Os astronautas da NASA Raja Chari, Kayla Barron e Tom Marshburn, o astronauta Matthias Maurer da Agência Espacial Europeia (ESA), tiveram que se refugiar na cápsula Dragon da SpaceX, através da qual chegaram apenas há uns dias.
Já o astronauta norte-americano Mark Vande Hei e os dois cosmonautas russos Anton Shkaplerov e Piotr Doubrov refugiaram-se na nave Soyuz.
Este tipo de procedimento tem como objetivo permitir que os tripulantes da ISS sejam capazes de regressar à Terra em caso de emergência.
Todos regressaram para o interior da Estação Espacial a meio do dia, sustentou a mesma fonte.
O astrónomo Jonathan McDowell salientou à AFP que "eventos com destroços causados por testes antissatélite não acontecem com frequência" e que o último ocorreu devido a um teste indiano, em março de 2019.
Calculando as trajetórias da ISS e de objetivos próximos, o satélite alvo pode ter sido o Cosmos 1408, que não está ativo desde a década de 1980, acrescentou.
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