Músico cabo-verdiano apresentou disco 'Fetu na Afreeka' em showcase do Atlantic Music Expo, na cidade da Praia.
Ste Mandela dá um ‘twist’ moderno aos ritmos tradicionais
A música esteve presente na sua vida desde sempre. O seu pai tinha uma coleção de discos, em vinil, e também algumas cassetes. Música de toda a parte do mundo, desde música brasileira, norte-americana e até mesmo da Ásia, garante Ste Mandela."O meu irmão mais velho tocava violão e teclados, e aos quinze anos viajou, para estudar fora. No dia em que viajou, deixou o violão com um fulano e disse-me para o ir lá buscar. Ele ensinava-me a tocar, umas notas básicas, mas eu não tinha muito interesse. Depois comecei a ver as pessoas do meu bairro, mais velhas, da idade do meu irmão mais velho, a tocar violão. Eu ficava fascinado com o som que saia daquilo. Então fui procurar o violão do meu irmão. Perguntava a todos os amigos pelo violão, mas nunca mais apareceu. Então pelos catorze anos comecei a pedir um violão à minha mãe, quando fiz quinze anos ele ofereceu-me. Está até hoje na parede da minha sala", conta Ste Mandela.
O músico cabo-verdiano começou então a tocar guitarra, mas aos dezasseis anos o interesse pelo rap também se começou a manifestar.
"O rap já estava na moda. Tínhamos influências dos cd’s que vinham dos Estados Unidos e alguns rappers cabo-verdianos começaram a surgir. Formei um duo de rap com o meu melhor amigo. Foi ali que começou a minha faceta de compositor, da escrita. Depois emigrei para os Estados Unidos, aos dezoito anos, encontrei amigos com quem já tinha feito rap. Fomos para estúdio e gravámos um álbum, mas não chegou a sair", lamenta Ste Mandela, que na altura ficou dececionado, pois era um sonho.
O cantor partiu então em direção ao Brasil, e voltou a ficar perto da sua guitarra, e a compor. Fez alguns amigos com quem tocou em pequenos bares. Dois anos mais tarde foi convidado para integrar uma banda de reggae, os Rebel Lion, de Fortaleza, com quem ficou durante três anos, tendo atuado em várias cidades do nordeste brasileiro.
Ste nasceu na cidade da Praia e os ritmos de Cabo Verde estão presentes na sua música. "Eu cresci a ouvir vários ritmos, e tenho todas essas influências na minha música. Desde a morna, a coladeira, o batuque, o funaná, a bandeira, a mazurca, mas também o rapreggae,jazz, a música clássica, o MPB. Na verdade, o trabalho que fazemos é esse, pegamos nos ritmos cabo-verdianos e damos um ‘twist’ moderno, contemporâneo e com letras conscientes da nossa herança africana e da atualidade política e social de África".
O mais recente trabalho do cantor cabo-verdiano chama-se 'Fetu na Afreeka' (feito em África). "O que estamos a fazer agora é criar uma nova identidade cultural, misturando os ritmos cabo-verdianos com as músicas do mundo, e enaltecemos a cultura africana e personagens africanos", refere o cantor, que com a participação no Atlantic Music Expo pretende mostrar a música que está a fazer, e espera, no próximo ano, poder atuar em festivais de música alternativa, levando a sua mensagem.
O disco é produzido pelo percussionista Ndu Carlos e em parceria com a associação Gota d’Arte, a que Ndu está ligado."Ele tira crianças da rua. Vão lá aprender arte. Teatro, música e acima de tudo cidadania. São crianças de famílias desfavorecidas, grande parte das crianças não pagam, ele simplesmente acolhe as crianças para não ficarem na rua. É uma iniciativa muito bonita que precisa de apoio para continuar esse trabalho. A banda com quem estou a tocar hoje é de crianças que passaram pela mão dele, desde miúdos até agora. São crescidos e são músicos de alto nível, que tocam em todos os festivais em Cabo Verde", conclui Ste Mandela.
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