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Administração Trump admite 'erro administrativo' na deportação de homem para El Salvador

Abrego Garcia não podia ser deportado devido ao perigo de perseguição por gangues, segundo decisão de um juiz em 2019.

02 de abril de 2025 às 12:16

A administração Trump admitiu que enviou um homem de Maryland, nos EUA, com estatuto legal protegido, por engano para uma prisão de alta segurança em El Salvador, mas recusa recebê-lo de volta no país devido às suspeitas de ligação a gangues.

As autoridades do Serviço de Imigração e Controlo Alfandegário dos Estados Unidos (ICE) afirmaram, na segunda-feira, que a deportação do homem de 29 anos foi um "erro administrativo", segundo a agência AP.

Kilmar Armando Abrego Garcia foi detido no dia 12 de março, depois de um dia de trabalho em Baltimore, de acordo com uma queixa apresentada ao tribunal federal pelos advogados.

Abrego Garcia foi enviado para uma prisão no país natal, El Salvador, o Centro de Confinamento do Terrorismo (CECOT) que é conhecido pelos repletos abusos a reclusos, por exemplo, a sobrelotação nas celas e não permitir aos prisioneiros sair do edifício.

A esposa de Abrego Garcia terá visto fotografias e vídeos na prisão que lhe permitiram identificar o marido através das tatuagens e das duas cicatrizes na cabeça. A mulher e o filho de cinco anos são cidadãos americanos e residem em Maryland, segundo a agência Reuters.

O homem foi enviado para o CECOT, apesar da decisão de um juiz em 2019, segundo a qual Abrego Garcia não podia ser deportado para El Salvador por ser "muito provável que seria perseguido por gangues", segundo a queixa do advogado.

O advogado explicou que Abrego García "saiu de El Salvador quando tinha apenas 16 anos, para fugir à violência dos gangues". Desde 2006, os membros de um gangue "perseguiram, agrediram e ameaçaram raptá-lo e matá-lo para coagir os pais a sucumbir às exigências crescentes de extorsão".

Segundo a queixa, o governo americano nunca apresentou provas para sustentar a acusação de filiação a gangues e Abrego Garcia não é membro nem afiliado do MS-13 ou outro gangue criminoso.

A administração Trump afirmou que o ICE "estava a par da proteção contra a remoção para El Salvador", mas ainda assim deportou Abrego Garcia devido a um "erro administrativo".

O governo é contra o regresso aos EUA, garantindo que Abrego Garcia é um perigo para a comunidade, devido às ligações a gangues.

"Isto foi um descuido e a deportação foi realizada de boa fé com base na existência de uma ordem final de remoção e na suposta ligação ao MS-13", escreveu Robert Cerna, diretor interino de operações de execução e remoção do ICE, numa declaração ao tribunal.

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