Após 40 dias em silêncio, Jair Bolsonaro reapareceu para dizer que eram os radicais quem tinha de decidir o futuro dele e do Brasil.
Seguidores radicais do presidente Jair Bolsonaro desencadearam entre o final da noite desta segunda-feira e a madrugada desta terça em Brasília uma onda de violência, incendiando veículos e tentando invadir a sede da Polícia Federal para tentarem libertar um extremista preso. A vaga de violência eclodiu poucas horas depois de o TSE, Tribunal Superior Eleitoral, ter entregue a Lula da Silva o diploma de presidente eleito, o que o habilita a assumir a presidência do Brasil no próximo dia 1 de Janeiro.
A situação ficou ainda mais grave quando militantes com símbolos bolsonaristas tentaram aproximar-se do hotel onde Lula da Silva se hospeda na capital brasileira, chegando por várias ruas, na intenção de invadirem o estabelecimento e chegarem até ao presidente eleito. Os manifestantes, que a essa altura já tinham incendiado veículos dos transportes coletivos e atravessado nas ruas em redor do hotel, foram repelidos com granadas de gás e balas de borracha pela segurança do presidente eleito, formada por agentes especiais da Polícia Federal, e mais tarde afastados de vez pela tropa de choque da Polícia Militar.
Ninguém sabia dizer ao certo o que estava a acontecer, mas tropas especiais das várias polícias foram enviadas para a região central da cidade. O hotel onde Lula da Silva está hospedado foi cercado por reforços de homens de forças especiais da Polícia Federal e da Polícia Militar, com escudos balísticos e armamento pesado e a evacuação do futuro chefe de Estado por helicóptero chegou a ser prevista, mas acabou por não ser necessária.
Ataques de radicais bolsonaristas espalharam-se por toda a cidade, assustando a população e provocando uma enorme apreensão entre as autoridades e a classe política. Em vários pontos da cidade viam-se veículos a arder e junto à Polícia Federal, outro ponto em que a situação ficou crítica, ouviram-se tiros quando uma multidão enfurecida tentou invadir o edifício para libertar o pastor evangélico ultra-radical José Acácio Tserere Xavante, preso horas antes por ataques sistemáticos à democracia e por defender o fechamento do Supremo Tribunal e uma intervenção militar para manter Bolsonaro no poder.
Radicais que não reconhecem a eleição de Lula da Silva têm-se mantido nas ruas de Brasília desde o dia da segunda volta das presidenciais, 30 de Outubro, principalmente em redor de quartéis, pedindo às Forças Armadas que deêm um golpe de Estado e impeçam a tomada de posse de Lula. Esses radicais ameaçaram tentar impedir a diplomacia de Lula, que aconteceu na tarde desta segunda-feira, mas um forte efetivo policial bloqueou ruas em redor do Tribunal Eleitoral e impediu a aproximação de manifestantes hostis, que começaram a atacar Brasília após o fim da cerimónia e o inexplicável relaxamento das forças de segurança.
Sexta-feira, após 40 dias em silêncio, Jair Bolsonaro reapareceu para um grupo de radicais e disse que eram eles que tinham que decidir tanto o futuro dele quanto do Brasil, num incentivo a actos extremistas. O governador de Brasília, Ibaneis Rocha, aliado de Bolsonaro e muito criticado pela demora em reagir aos actos criminosos, convocou todas as forças policiais de Brasília e cidades vizinhas para tomarem as ruas da capital e a situação ficou mais calma a meio da madrugada desta terça-feira.
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