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Bolsonaro continua hospitalizado mas médicos afastam necessidade de cirurgia

Ex-presidente brasileiro foi levado de urgência ao início da manhã de sexta para o Hospital Municipal de Santa Cruz queixando-se de fortes dores abdominais e transferido horas depois de helicóptero para Natal.

12 de abril de 2025 às 14:18

O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, de 70 anos, continuava na manhã deste sábado hospitalizado no Hospital Rio Grande, em Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte, para onde foi transferido de urgência na manhã de sexta com um quadro de obstrução intestinal, mas os médicos afastaram a necessidade de uma cirurgia. Bolsonaro foi levado de urgência ao início da manhã de sexta para o Hospital Municipal de Santa Cruz, no interior do estado, queixando-se de fortes dores abdominais, e transferido horas depois de helicóptero para Natal.

“Por agora, não há indicativos da necessidade de uma intervenção cirúrgica de emergência. Ele não tem sinais clínicos que falem a favor de um abdomen agudo obstrutivo ou um abdomen infeccioso que imponham a necessidade de intervenção cirúrgica no momento. Mas, no momento, ele não tem condições de alta. Tem uma distensão abdominal, uma condição de semioclusão intestinal (obstrução intestinal parcial) que dificulta a eliminação de gases e fezes", explicou o médico Luiz Roberto Fonseca, diretor-geral daquele hospital particular.

Ainda de acordo com os médicos que atendem o antigo presidente, ele está sem dores, com uma dieta restritiva total e usa uma sonda nasogástrica, que permite aos profissionais de saúde alimentá-lo e medicá-lo. Bolsonaro passou por uma lavagem estomacal e os médicos estão a proceder a uma hidratação intensiva, para regular o funcionamento do intestino.

Desde que Jair Bolsonaro passou mal e foi levado para o hospital da pequena cidade de Santa Cruz, a 120 km de Natal, assessores dele estão em contacto permanente com o cirurgião gastrointestinal António de Macedo, de São Paulo, que o segue há anos e já o operou diversas vezes. Macedo avaliou que, no momento, o tratamento que Bolsonaro está a receber no Hospital Rio Grande é o mais indicado e que não há por ora a necessidade de o ex-chefe de Estado ser transferido para a capital paulista ou de ele ir até ao Rio Grande do Norte.

Por questões de segurança, o andar do hospital particular onde Bolsonaro está hospitalizado foi totalmente esvaziado para receber somente o antigo presidente, cercado por grande número de seguranças. Quando o helicóptero cedido pela governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, adversária política de Bolsonaro, aterrou em Natal, a polícia da capital estadual interditou todas as ruas que levam do aeroporto ao hospital para a ambulância passar em alta velocidade e cercada de carros com agentes fortemente armados.

O actual quadro de problemas de saúde de Bolsonaro parece ser uma reedição de outros semelhantes que já ocorreram na região abdominal após ele ter sofrido um atentado em 2018, durante um acto de rua na cidade de Juiz de Fora para a campanha às presidenciais desse ano, que venceu. Ele sofreu uma facada profunda no abdomen, desferida por um homem supostamente com problemas mentais e preso até hoje, por pouco não morreu e desde aí já teve de se submeter a diversas cirurgias e outros procedimentos.

Jair Bolsonaro estava no Rio Grande do Norte, no nordeste do Brasil, um reduto eleitoral do seu maior adversário político, Lula da Silva, para iniciar uma longa digressão por essa região, tentando aumentar o apoio ao seu Partido Liberal (PL), de extrema-direita, e ao seu projeto de se lançar novamente candidato à presidência do Brasil nas eleições de 2026. Bolsonaro foi tornado inelegível até 2030 pelo TSE, Tribunal Superior Eleitoral, mas está decidido a ser candidato assim mesmo, acreditando que os seus aliados no Congresso conseguirão aprovar uma amnistia política que lhe garanta poder disputar a chefia do Estado no ano que vem, mesmo enfrentando ainda a possibilidade de ser condenado no final do processo por tentativa de golpe de Estado, no qual foi constituído arguido pelo STF, Supremo Tribunal Federal, no mês passado. 

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