"Tentaram me enterrar vivo", disse o dirigente histórico do PT no discurso de vitória. Bolsonaro é o primeiro, em democracia, a falhar reeleição
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O antigo presidente do Brasil e histórico dirigente do Partido dos Trabalhadores, Luíz Inácio Lula da Silva, foi eleito, este domingo, presidente do Brasil, derrotando na segunda volta das eleições presidências o seu opositor e atual ocupante do Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro por uma margem mínima de votos. Será o terceiro mandato de Lula à frente dos destinos do país sul-americano. Bolsonaro é o primeiro presidente brasileiro a falhar uma reeleição.
Com 100% dos votos apurados, Lula da Silva soma 50,90% do total da eleição enquanto o seu opositor e atual presidente, Jair Bolsonaro, está nos 49,10%.Na primeira volta das presidenciais Lula da Silva venceu com 48,4% dos votos face a 43,2% dos votos obtidos por Jair Bolsonaro.
Discurso de Lula da Silva
"Tentaram me enterrar vivo"
No primeiro discurso após a vitória, Lula da Silva agradeceu a Deus e disse que é "o povo brasileiro" que sai vitorioso. "Tentaram me enterrar vivo e eu estou aqui", disse Lula que acusou Bolsonaro de colocar a máquina do Estado ao serviço da sua candidatura.
Festejos Lula da Silva
Lula iguala Getúlio Vargas
Além de Lula, só o antigo presidente Getúlio Vargas havia conseguido três eleições presidenciais. Vargas tem mais anos de presidência que Lula porque embora tenha ganho as diretas de 1950, permaneceu na liderança durante 15 anos – sem voto popular – uma vez que chegou ao Poder durante a revolução que afastou da presidência Washington Luís.
Bolsonaro isolado em silêncio
O candidato derrotado manteve o silêncio após o anúncio oficial da vitória de Lula da Silva e durante pelo menos as primeiras horas da madrugada no Brasil. De acordo com a imprensa brasileira, Jair Bolsonaro manteve-se isolado no Palácio da Alvorada, a residência oficial do presidente brasileiro, localizado em Brasília. Bolsonaro terá mesmo recusado receber os seus ministros e aliados mais próximos prevendo-se apenas para esta segunda-feira uma declaração pública cujo conteúdo, como é habitual, será imprevisível.
Marcelo e Costa felicitam
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foi dos primeiro a felicitar Lula pela vitória. Em comunicado no site da presidência, Marcelo referiu que "o mandato, que [Lula] vai iniciar em janeiro próximo, corresponderá a um período promissor nas relações fraternais entre os povos brasileiro e português e por isso também entre os dois Estados."
O primeiro-ministro, António Costa - que antes da eleição tinha declarado apoio pessoal a Lula- felicitou no Twitter o vencedor da eleição. "Já tive a oportunidade de felicitar calorosamente [Lula] pela sua eleição como Presidente da República do Brasil. Encaro com grande entusiasmo o nosso trabalho conjunto nos próximos anos, em prol de Portugal e do Brasil, mas também em torno das grandes causas globais", escreveu António Costa.
O caso das eleições
A ida às urnas neste domingo ficou marcada por diversos episódios que refletem a extrema polarização da sociedade brasileira.
O Ministro da Justiça, revela a imprensa brasileira, terá sido instruído por Bolsonaro a colocar a Polícia Rodoviária para colocar em prática um plano de fiscalização de autocarros que transportavam eleitores do PT. Estas ações terão decorrido em áreas onde Lula da Silva recolhe mais votos.
De acordo com uma análise efetuada pela TV Globo, sabe-se que foram realizadas, pelo menos, cerca de 560 operações pela Polícia Rodoviária Federal. Sendo que, 272 foram praticadas no Nordeste brasileiro, zona de grande influência política de Lula da Silva.
Lula vence em Lisboa e Angola
Lula da Silva venceu a votação na capital portuguesa com 64,5% dos votos.
Em Lisboa, Lula da Silva obteve 12.872 votos contra 7.085 alcançados pelo Presidente do Brasil e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro.
Em Angola, o candidato do PT venceu com 54% dos votos dos brasileiros que foram às urnas na embaixada do Brasil na capital, Luanda. Angola registou um total e 230 votos dos quais 124 para Lula e 99 para Bolsonaro.
Na Austrália, o Lula também ficou na frente de Bolsonaro. Em Sydney, uma das principais cidades do país, Lula teve 61,3% dos votos contra 38,7% de Bolsonaro. Na capital, Camberra, o ex-presidente foi o mais votado por 72,1% dos eleitores. Bolsonaro recolheu 27,9% dos votos.
Todas as incidências desta eleição são acompanhadas no CM Ao Minuto.
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