Saída de Ernesto Araújo vinha a ser pedida por diversas fatias do mundo político, diplomático e de saúde.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil, Ernesto Araújo, demitiu-se esta segunda-feira, durante uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro. Após esse encontro, foi o próprio Araújo que comunicou a saída aos seus assessores numa outra reunião no Itamaraty, a sede do ministério, em Brasília.
A saída de Ernesto Araújo vinha a ser pedida há muito por diversas fatias do mundo político, diplomático e de saúde, e o Congresso nos últimos dias estava a fazer um verdadeiro ultimato ao presidente da República, deixando claro que não aprovaria nada do interesse de Bolsonaro enquanto o MNE não fosse demitido. Radical de extrema-direita e fanático religioso, Ernesto Araújo atacava frequentemente os principais parceiros comerciais do Brasil, principalmente a China, criando embaraços diplomáticos com esse país, com a Índia e até com os EUA, desde que Donald Trump deixou o poder neste país.
Esses e outros países na verdade nem mesmo o atendiam já, tendo chegado ao ponto de deixar claro a Bolsonaro que não aceitavam tratar de qualquer assunto comercial ou diplomático com o ministro. Na área da Saúde, Ernesto Araújo era acusado de travar e dificultar muito o recebimento de vacinas pelo Brasil e insumos contra a Covid-19, produzidos quase todos na China e na Índia, e de, com essa postura radical, contribuir para o agravamento da pandemia no Brasil, onde a doença está a matar mais de três mil pessoas por dia, há mais de uma semana.
Ernesto Araújo pertence à chamada "ala ideológica" que rodeia Jair Bolsonaro, um grupo de extremistas de direita ligados aos mais conservadores movimentos evangélicos, grupo esse liderado pelos filhos do presidente. Bolsonaro não queria demitir Araújo exatamente por gostar do radicalismo e da fidelidade absoluta dele, mas ante a ameaça de paralisação do seu governo acabou por ter de aceitar a demissão.
Após o anúncio da saída de Araújo, dois nomes de diplomatas despontaram em Brasília como os favoritos para ocupar o cargo. Um deles é o do embaixador do Brasil na França, Luiz Fernando Serra, e o outro do embaixador nos EUA, Nestor Forster.
Há duas semanas, Bolsonaro já tinha sido obrigado a deixar cair outro ministro da sua simpatia, o fiel e polémico titular da Saúde, general Eduardo Pazuello. Considerado um dos grandes responsáveis pelo avanço da pandemia de Covid-19 no Brasil, ao lado de Bolsonaro, Pazuello foi forçado a deixar o cargo em meio a uma chuva de protestos contra a sua gestão e de processos na justiça pelo assustador aumento das mortes, que durante a sua fracassada gestão ultrapassaram o dramático número de 300 mil vidas perdidas.
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