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Carta pode ditar revisão da sentença dos irmãos Menendez condenados a perpétua pelo assassinato dos pais

Erik Menendez escreveu uma carta ao primo onde detalhava os abusos sofridos pelo pai.

16 de outubro de 2024 às 19:24

A revelação de uma carta escrita por Erik Menendez, um dos dois irmãos condenados pelos homicídios dos pais em Beverly Hills, EUA, em 1989, ao primo, oito meses antes de consumarem o crime, pode levar a uma revisão das suas sentenças.

De acordo com o Daily Mail, o procurador de Los Angeles, George Gascón, publicou no seu Instagram 

uma captura de ecrã da carta escrita por Erik para o primo, Andy Cano, na qual faz alusão ao abuso sério e de longo prazo nas mãos do pai, José. Mais tarde, a publicação foi apagada. 

"Tenho tentado evitar o meu pai. Ainda está a acontecer, Andy, mas está pior para mim agora. Não consigo explicar. Ele está tão em cima de mim que eu simplesmente não consigo suportar vê-lo. Nunca sei quando isso vai acontecer e está me a deixar louco", refere a carta.

Depois do seu primeiro julgamento terminar em anulação, um juiz condenou os irmãos Erik e Lyle Menendez pelo assassinato dos pais, Jose e Kitty, quando tinham apenas 18 e 21 anos, após um segundo julgamento em 1996, à prisão perpétua. Embora nunca tenham negado o crime, os irmãos alegaram que agiram em legítima defesa e que foram vítimas de abuso sexual por parte do pai ao longo da vida.

A carta, publicada na íntegra pela Fox News, diz ainda: "Fico acordado a noite toda a pensar que ele pode entrar. Preciso tirar isso da minha mente. Eu sei o que te disse antes, mas estou com medo. Tu simplesmente não conheces o meu pai como eu. Ele é louco! Ele avisou-me cem vezes sobre contar a alguém. Não sei se vou conseguir passar por isto. Andy, preciso de parar de pensar nisto".

De acordo com o advogado de defesa Cliff Gardner, a carta foi escrita em dezembro de 1988.

morreu em 2003, testemunhou o que Erik lhe contou sobre o abuso sofrido pelo pai quando tinha 13 anos. 

A mãe do falecido encontrou a carta há nove anos.

Cliff garante que se a carta tivesse sido apresentada ao juiz durante o julgamento de 1996, o veredito final podia ser diferente. 

"Dada a compreensão muito diferente de hoje sobre o impacto devastador do abuso sexual e físico em crianças pequenas (meninos e meninas), o testemunho sobre o abuso sexual de Lyle por José, que foi excluído no segundo julgamento, e as novas evidências notáveis apresentadas na petição de habeas corpus, achamos que uma nova sentença é do interesse da justiça. Os irmãos cumpriram mais de 30 anos de prisão. Isso é o suficiente", disse o advogado à CNN. 

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