Da Imigração à Saúde, passando pela Economia. Saiba como o príncipio da "América Primeiro" vai ser aplicado nas promessas do candidato republicano.
O CM traça-lhe, ponto a ponto, as principais propostas do programa da campanha eleitoral de Donald Trump. O presidente dos EUA vai manter o princípio da "América Primeiro" e quer continuar com algumas das medidas que aplicou, na Economia, Ambiente e Imigração, no próximo mandato. Há, no entanto, mudanças a registar, por exemplo, na Justiça e Saúde.
Saiba o que propõe Trump aos norte-americanos:
Imigração
Segundo o programa apresentado ao longo da campanha eleitoral, "o presidente Trump tem reforçado as leis contra a imigração para proteger as comunidades e os empregos norte-americanos". As políticas anti-imigração continuam a ser basilares nas propostas do presidente dos EUA e, por isso, prometeu continuar a construção do muro na fronteira com o México (até ao momento garantiu financiamento para 716 km do total de 1662 km que se comprometeu a construir).
Outras propostas estabelecidas são o fim da ‘lotaria do green card’, no âmbito do Programa de Visto de Diversidade, que atribui vistos de residência permanente a cidadãos imigrantes nos EUA, assim como o fim da imigração em cadeia (ou seja, baseada em ligações familiares) e uma mudança para a permissão apenas de um sistema de entrada no país "com base no mérito".
Saúde
Na campanha de 2016 Trump defendeu o fim da Lei dos Cuidados de Saúde Acessíveis (o ‘Affordable Care Act’), introduzido pelo seu antecessor, Barack Obama. A missão de acabar com este programa não foi conseguiada, apesar de de terem eliminado algumas partes, como o mandato individual, que implicava a compra de seguro de saúde para ter acesso a cuidados de saúde a preços acessíveis, caso contrário o cidadão teria uma penalização nos impostos.
Trump prometeu cortar nos preços dos medicamentos e comprometeu-se a implementar medidas que permitam descontos e importação de fármacos mais baratos de outros pontos do Mundo. O presidente declarou que a crise dos opioides era uma emergência nacional em 2017 e alocou 1.8 mil milhões de dólares em fundos federais para medidas de prevenção, tratamento e recuperação da adição a substâncias e fármacos opioides. Também tem tomado medidas para restringir a prescrição de fármacos com opioides.
Emprego, Economia e Finanças
É foco da campanha os princípios da "América Primeiro", com o objetivo de criar mais emprego para os norte-americanos através do reforço na produção industrial e manufatura nos EUA. O plano para a recuperação dos efeitos da Covid-19 na economia norte-americana vai continuar na mesma base de 2016, quando Trump prometeu cortes "enormes" nos impostos para os trabalhadores norte-americanos, baixar os impostos às empresas, "abanar o status quo" nas importações e exportações.
Nos últimos quatro anos, Trump tem cumprido algumas das promessas, como reduzir a regulamentação federal aos negócios e empresas, cortes nos impostos às empresas e assinou ordens executivas para apoiar e dar preferência a produtos produzidos nos EUA. Donald Trump prevê que a economia do país vá recuperar rapidamente no final da pandemia, mas críticos alertam que a resposta dada pelo presidente à Covid-19 causou danos irreparáveis a longo termo na balança económica dos EUA.
Importações e Exportações
As promessas dos princípios basilares da ideia da "América Primeiro", que Trump defende, dizem respeito à colocação, na linha da frente das preocupações, dos interesses económicos nacionais – ainda que Trump tenha dito que "América primeiro não significa América Sozinha".
As trocas comerciais com a China têm sido ponto de tensão e o presidente tem feito por reduzir as importações feitas deste país. A ideia será reduzir cada vez mais a ‘dependência da China’, ao mesmo tempo que se aplicarão políticas para proteger a produção industrial local de competição externa.
Em agosto, Trump já afirmou que vai oferecer créditos fiscais a empresas norte-americanas que queiram mudar as suas fábricas dos EUA para a China. Também deverá continuar a política de imposição de taxas agravadas para produtos importados da União Europeia (como o aço ou o vinho francês), assim como também nos produtos importados do continente Americano (ameaçou subir taxas de importação de aço e alumínio do Brasil, Argentina e Canadá).
Relações Internacionais
Segundo as palavras do próprio, a aplicação do modelo "América Primeiro" na política internacional dos EUA significa "reafirmar a soberania americana e o direito de todas as nações de determinarem o próprio futuro.
Na prática, tem-se manifestado nas decisões de abandonar acordos multilaterais de grande âmbito, como o Acordo de Paris, ou mesmo a retirada dos EUA de organizações internacionais como a Organização Mundial de Saúde.
Têm sido desafiadas alianças internacionais, como a OTAN, sendo que Trump pressionou alguns membros a aumentarem os gastos em armamento e Defesa Nacional.
Trump já prometeu que vai reduzir o contingente de soldados norte-americanos fora dos EUA, em países como a Alemanha ou o Afeganistão, e tem ‘estendido a mão’ a adversários históricos dos EUA, como a Coreia do Norte e a Rússia, ao mesmo tempo que os críticos lhe apontam a criação de tensões com aliados dos EUA.
Tem registado sucesso nas políticas internacionais e continuará nesta linhas, depois de ter ajudado ao acordo de paz entre Israel e os Emirados Árabes Unidos, ou ter reclamado responsabilidade pela morte do líder do Daesh, Abu Bakr al-Baghdadi, e do general iraniano Qasem Soleimani.
Ambiente
Desde que esta na Casa Branca, Trump tem tomado decisões que anularam centenas de medidas de proteção ambiental, incluindo a limitação de emissões de dióxido de carbono (CO2) das centrais elétricas e veículos, e menos proteção dos cursos de água do país.
Também decidiu a saída dos EUA do Acordo de Paris pelas Alterações Climáticas, afirmando que prejudicava o país para "o benefício exclusivo de outros países", ainda que a saída do acordo só será formalmente completada depois das eleições presidenciais.
Já este ano, a administração Trump aprovou exploração de petróleo e gás na Reserva Natural do Ártico, no Alasca, onde esteve proibida a perfuração para exploração de combustíveis fósseis há várias décadas.
Justiça e controlo de armas
Trump tem aplicado algumas reformas na Justiça e segurança, com o ‘First Step Act’, que aumentou a proteção dos juízes durante os julgamentos e reforçou os esforços de reabilitação de reclusos.
O presidente já prometeu uma segunda versão (o segundo passo) que terá como objetivo levantar as barreiras de emprego a ex-reclusos.
No âmbito dos protestos contra a violência policial, particularmente contra cidadãos afro-americanos, Trump tem manifestado o seu apoio às forças de segurança, mesmo nos casos em são investigadas motivações racistas. Ainda assim, já em junho, Trump assinou uma série de reformas na polícia norte-americana, como a criação de uma base de dados de abusos de autoridade e agentes envolvidos em episódios de violência.
O banir dos métodos de estrangulamento durante as detenções, como no caso que resultou na morte de George Floyd, foi abordado pelo presidente que disse que deveria ser proibido "geralmente", mas não avançou com legislação específica para a sua proibição.
Finalmente, Trump deverá manter a defesa a segunda emenda da Constituição dos EUA, que garante o direito individual à posse de armas.
Depois de, em 2019, devido a tiroteios com vários mortos no Texas e em Ohio, Trump prometeu uma série de mudanças na lei, como investigação de antecedentes criminais mais apertadas a quem compra armas ou o bloqueio de acesso a armas de fogo a quem é declarado "um risco para a sociedade".
No entanto, como o tema deixou de estar na ordem do dia e de lhe valer críticas, voltou à defesa dos direitos dos norte-americanos poderem andar armados e manterem armas em casa, aproximando-se do poderoso lóbi das armas, a Associação Nacional de Armas (NRA).
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