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Desmond Tutu: Uma vida a lutar contra o Apartheid

Arcebispo emérito da África do Sul, Nobel da Paz de 1984 pela luta contra a segregação racial, morreu aos 90 anos.

27 de dezembro de 2021 às 09:08

Sê simpático para os brancos, eles precisam de ti para redescobrir a sua humanidade.” Esta é uma das frases emblemáticas do arcebispo emérito da África do Sul, Desmond Tutu, Nobel da Paz em 1984, uma voz que se destacou na luta contra o Apartheid - política racial que subjugou a maioria negra sul-africana - e que se calou ontem, aos 90 anos. Desmond Tutu lutava há 20 anos contra um cancro na próstata.

Nascido em 1931, em Klerksdorp, na África do Sul, Tutu tentou seguir Medicina, mas desistiu por falta de meios. Foi depois para professor, mas demitiu-se em protesto contra a educação que era reservada aos negros. Estudou Teologia e foi ordenado sacerdote em 1960. Na década de 1980 tornou-se no primeiro arcebispo anglicano negro da Cidade do Cabo. Foi nesse período que se destacou na luta contra o Apartheid, ao lado de Nelson Mandela, que viria a ser o primeiro presidente negro da África do Sul. Mandela escolheu-o para liderar a Comissão para a Verdade e Reconciliação, criada para investigar os crimes cometidos durante o regime racista. Feroz defensor dos direitos humanos, empenhou-se depois na reconciliação do país e defendeu a causa dos homossexuais e o direito ao aborto. Era casado e tinha quatro filhos.

A morte do arcebispo anglicano provocou reações por todo o Mundo. “É um novo capítulo de luto na despedida da nossa nação a uma geração de sul-africanos excecionais que nos legaram uma África do Sul liberta”, disse o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, referindo-se à morte, este ano, de Frederik de Klerk. O Papa Francisco manifestou a sua tristeza e destacou o papel de Tutu na “reconciliação”. O Dalai Lama lembrou a “amizade e ligação espiritual” que partilhava com o arcebispo. O chefe do governo britânico, Boris Johnson, destacou a liderança espiritual e a sua irrepreensível boa-disposição. Já o Chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, chamou-lhe “gigante pela paz”, frisando que “as marchas pacíficas que liderou mudaram mentalidades”.

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