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Duas centrais nucleares ucranianas estão a operar com limitações há 10 dias após ataque russo

Centrais de Khmelnytskyi e Rivne desligaram uma das duas ligações elétricas que alimentam alguns dos sistemas de segurança das instalações.

17 de novembro de 2025 às 23:13

A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) informou esta segunda-feira que três reatores de duas centrais nucleares ucranianas estão a operar com capacidade reduzida há dez dias, após um ataque atribuído à Rússia.

Após o ataque de 7 de novembro a uma subestação elétrica, cujos autores não foram identificados, as centrais de Khmelnytskyi e Rivne desligaram uma das duas ligações elétricas que alimentam alguns dos sistemas de segurança das instalações, adiantou a AIEA em comunicado.

Estas subestações, afirmou a agência da ONU para a energia atómica, são elementos essenciais da rede elétrica que garantem o fornecimento externo de energia aos sistemas de segurança e às funções de arrefecimento, tornando a sua integridade "vital para a segurança física e a proteção nuclear".

Em relação à central nuclear ucraniana de Zaporijia, a maior da Europa e ocupada pela Rússia, a AIEA informou que na passada sexta-feira foi novamente desligada uma das duas linhas de alimentação que permitem a manutenção dos seus sistemas de segurança, e que tinham sido reparadas recentemente.

Moscovo intensifica há semanas o bombardeamento das infraestruturas energéticas e da rede ferroviária ucraniana, em plena descida das temperaturas com a aproximação do inverno.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A ofensiva militar russa no território ucraniano mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

No plano diplomático, a Rússia rejeitou até agora qualquer cessar-fogo prolongado e exige, para pôr fim ao conflito, que a Ucrânia lhe ceda pelo menos quatro regiões - Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia - além da península da Crimeia, anexada em 2014, e renuncie para sempre a aderir à NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental).

Estas condições são consideradas inaceitáveis pela Ucrânia, que, juntamente com os aliados europeus, exige um cessar-fogo incondicional de 30 dias antes de entabular negociações de paz com Moscovo.

Por seu lado, a Rússia considera que aceitar tal oferta permitiria às forças ucranianas, em dificuldades na frente de batalha, rearmar-se, graças aos abastecimentos militares ocidentais.

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