Andrea Siqueira Valle, irmã da segunda-ex-mulher do presidente brasileiro entregou ao site UOL gravações que confirmam denúncia.
Uma ex-cunhada do atual presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, acusou esta segunda-feira o governante de comandar um esquema de corrupção no seu próprio gabinete nos anos em que foi deputado federal, cargo que ocupou entre 1991 e 2018, quando foi eleito chefe de Estado.
Andrea Siqueira Valle, irmã da segunda-ex-mulher de Bolsonaro, a advogada Ana Siqueira Valle, entregou ao site UOL, do grupo Folha de S. Paulo, gravações que supostamente confirmam a denúncia contra o presidente.
Andrea, que é fisiculturista, acusa Jair Bolsonaro de obrigar os seus assessores, entre eles 18 familiares da ex-esposa, nomeadamente a própria Andrea, a devolverem-lhe aproximadamente 90% dos ordenados correspondentes ao cargo para os quais o então parlamentar os nomeava.
Esse dinheiro ia para um "saco azul" com o qual, segundo reportagens do UOL e da Folha de S. Paulo publicadas ao longo dos últimos dois anos, familiares e outras pessoas próximas ao hoje governante realizavam estranhos negócios imobiliários, comprando terrenos e casas a preços bem abaixo do valor de mercado e revendendo-os em seguida por um valor muito superior, "lavando" dessa forma grandes quantias sem que o nome do hoje presidente brasileiro aparecesse.
Nos áudios a que a colunista do UOL Juliana Dal Piva teve acesso, Andrea relata até um episódio em que Jair Bolsonaro, vingativo como é até hoje, expulsou um cunhado do esquema por este não lhe devolver todo o dinheiro que o deputado exigia.
Na gravação, Andrea diz que Bolsonaro tirou um irmão dela, André, do esquema, porque ele nunca aceitou devolver os 90% do salário que recebia, dando de volta para o "saco azul" de Jair Bolsonaro metade ou menos da metade do que o então parlamentar exigia, segundo a denúncia.
De acordo com o UOL, era um coronel, amigo de Bolsonaro dos tempos do Exército, o responsável por recolher o dinheiro que as dezenas de assessores do deputado eram obrigadas a devolver. Depois, esse dinheiro ia parar no "saco azul" de Jair Bolsonaro, sempre de uma forma que não aparecesse como património do hoje presidente, que ostenta um património absolutamente exíguo e diz que isso é fruto de uma vida de trabalho honesto, durante a qual não conseguiu enriquecer.
O esquema de corrupção atribuído esta segunda-feira a Jair Bolsonaro é igual ao atribuído em 2018 ao seu filho mais velho, o hoje senador Flávio Bolsonaro, na altura deputado regional no Rio de Janeiro.
De acordo com o Ministério Público, que tenta desde então responsabilizar o senador por esse crime, Flávio também obrigava os seus assessores a devolverem-lhe a maior parte dos ordenados, com os quais, sempre de acordo com os procuradores, adquiriu salas comerciais, uma loja de chocolates num centro comercial no Rio de Janeiro e diversos imóveis que, ao contrário do pai, gosta de ostentar, o último dos quais uma mansão comprada no início deste ano em Brasília por um milhão de euros.
A denúncia de Andrea soma-se a uma vaga de outras acusações de irregularidades contra o presidente brasileiro, que está a ser investigado no Senado e no Supremo Tribunal Federal.
Até a Procuradoria-Geral da República, normalmente alinhada ao governo, teve de pedir a abertura de uma investigação contra Bolsonaro depois de aliados dele terem denunciado que o alertaram em Março para irregularidades e indícios de corrupção no processo para aquisição da vacina anti-Covid indiana Covaxin, mas que o governante ignorou o aviso e deixou o negócio prosseguir.
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