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Governo de Lula recua e diz que pagará transladação do corpo da jovem brasileira que morreu em vulcão na Indonésia

Lula atravessa o índice mais baixo de aprovação popular dos seus três mandatos presidenciais.

26 de junho de 2025 às 18:25

Após uma forte repercussão negativa à recusa inicial de custear a operação, o governo de Lula da Silva recuou e anunciou, esta quinta-feira, que se responsabilizará pela logística e custos da transladação para o Brasil do corpo da jovem brasileira Juliana Marins, que morreu ao cair numa ravina do vulcão Rinjani, o segundo mais alto da Indonésia. O anúncio dessa decisão foi feito pelo próprio Lula numa rede social.

“Conversei hoje por telefone com Manuel Marins, pai de Juliana Marins, para expressar a minha solidariedade neste momento de tanta dor. Informei a ele que já determinei ao Ministério das Relações Exteriores, MRE (Negócios Estrangeiros) que preste todo o apoio à família, o que inclui o translado do corpo até ao Brasil.”, lê-se na mensagem publicada esta quinta-feira pela assessoria de Lula.

Ontem, quarta-feira, horas após o corpo de Juliana ter sido localizado 600 metros abaixo do local onde escorregou e caiu ao percorrer a estreita trilha que leva ao cume do vulcão, o MRE tinha chocado o Brasil inteiro ao dizer de forma fria e burocrática que não iria pagar a transladação do corpo da jovem para o Brasil. Segundo o comunicado do órgão do governo de Lula da Silva, não está previsto na lei a obrigatoriedade de suportar despesas com transladações de brasileiros mortos em outro país e, além disso, acrescentava o texto, não havia verba disponível para essa operação.

A recusa do governo provocou uma vaga de críticas pela insensibilidade e falta de apoio num momento tão dramático da vida de uma jovem brasileira de 26 anos, nascida em Niterói, cidade vizinha ao Rio de Janeiro, formada em Publicidade e que gostava de aventuras. Ao mesmo tempo, o frio comunicado governamental desencadeou uma onda de solidariedade espontânea por todo o Brasil, e várias pessoas, como o ex-futebolista Alexandre Pato, e entidades, como a autarquia de Niterói, anunciaram que pagariam a transladação, constrangendo ainda mais o já impopular governo e obrigando Lula a posicionar-se num momento em que atravessa o índice mais baixo de aprovação popular dos seus três mandatos presidenciais.

Juliana escorregou e caiu na ravina na passada sexta-feira, dia 20, e só foi resgatada por voluntários esta quarta-feira, 25, após diversos adiamentos e falhas das equipas oficiais de resgate do governo da Indonésia. Ao longo desses cinco dias, parte dos quais se supõe que Juliana ainda estivesse viva, a família dela apelou ao governo Lula para pressionar as autoridades da Indonésia a socorrerem a jovem, mas os apelos não foram atendidos.

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