Walter Delgatti disse que se reuniu duas vezes com Bolsonaro e que o então chefe de Estado lhe ligou uma outra vez para acertarem os detalhes.
O hacker brasileiro Walter Delgatti Neto, famoso por anos atrás ter invadido o telemóvel do ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro e divulgado manobras ilegais do antigo magistrado para condenar Lula da Silva, afirmou esta quinta-feira, em depoimento no Congresso do Brasil, que foi chamado pelo então presidente Jair Bolsonaro para simular em público que era possível invadir urnas eleitorais e mudar o resultado das presidenciais do ano passado. O pedido de Bolsonaro, de acordo com Delgatti, foi feito durante o pequeno-almoço para o qual o então presidente da República o convidou em agosto do ano passado, em plena campanha para as presidenciais de outubro, vencidas por Lula da Silva.
Delgatti afirmou que se reuniu duas vezes com Jair Bolsonaro na residência oficial, o Palácio da Alvorada, e que o então chefe de Estado lhe ligou uma outra vez para acertarem os detalhes. As declarações do hacker, que também invadiu o sistema informático da mais alta instância da justiça e chegou a inserir nesse sistema um mandado falso de captura contra o juiz Alexandre de Moraes, presidente do TSE, Tribunal Superior Eleitoral, cairam como uma bomba na Comissão de Investigação do Congresso sobre tramas para dar um golpe de Estado, pelos detalhes e nomes avançados.
O hacker afirmou que Jair Bolsonaro lhe pediu para, no dia 7 de setembro do ano passado, Dia da Independência do Brasil, usasse uma réplica de uma urna eleitoral numa cerimónia pública para simular as fragilidades do sistema eleitoral e justificar uma intervenção presidencial na justiça eleitoral. Delgatti detalhou que Bolsonaro queria que ele inserisse nessa urna dados falsos como se fossem os usados pelo Tribunal Superior Eleitoral, que fizessem com que, quando fosse pressionada a tecla alusiva a Jair Bolsonaro o voto fosse computado para Lula da Silva, mostrando dessa forma que as presidenciais estavam a ser fraudadas e permitindo-lhe anular os resultados caso perdesse, e o plano só não foi adiante por ter sido parcialmente vazado.
Ao longo do ano passado, Jair Bolsonaro fez inúmeras afirmações colocando em causa a confiabilidade das urnas electrónicas e ameaçando intervir no TSE e, caso perdesse as presidenciais, como aconteceu, anular o resultado, rejeitar a vitória de Lula e autoproclamar-se vencedor para poder continuar no poder. Aos deputados e senadores, Delgatti disse esta quinta-feira que Bolsonaro lhe garantiu um indulto presidencial e imunidade absoluta caso o acusassem de alguma coisa e que chegou a dizer que, se algum juiz decretasse a prisão dele (Delgatti), ele (Bolsonaro) mandaria prender esse juiz.
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