De danças na fogueira à abstinência, cada cultura celebra a chegada do bebé à sua maneira.
A gravidez e o parto podem ser uma experiência universal, mas cada cultura celebra a chegada do bebé à sua maneira. São inúmeros os desafios físicos e emocionais com os quais uma mulher se tem de confrontar durante a gestação. Esta segunda-feira, comemora-se o Dia da Grávida que assinala a capacidade do corpo se alterar e adaptar para conceber um novo ser humano.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, estima-se que cerca de 385 mil bebés nasçam todos os dias. Os rituais e tradições variam consoante fatores como o grau de desenvolvimento do país, as normas culturais e as crenças religiosas.
Espanha
Segundo o site The Bump, um dos rituais de nascimento mais atípicos do Norte de Espanha é o 'Salto do Colacho', ou seja, o salto do diabo. Durante esta celebração, os bebés são colocados num colchão e alguém vestido como o Diabo salta sobre eles, limpando o mal das suas almas.
Turquia
Em vez de uma festa de chá-revelação, na Turquia a mãe e o bebé são festejados depois do parto. Uma bebida tradicional chamada lohusa serbeti ("sherbet pós-parto"), feita com água, açúcar, cravinho, canela e corante alimentar vermelho, é servida pela primeira vez à mãe no hospital. Esta tem por objetivo ajudar na regulação do leite materno. Durante os 20 primeiros dias após o parto, a mãe e o bebé ficam em casa e podem receber vistas. Depois deste período passar, visitam os familiares e os amigos que lhes ofereceram presentes.
Finlândia
Um presente de boas-vindas foi proposto em 1938 para proporcionar aos bebés de famílias com baixos rendimentos uma situação de igualdade à nascença. O presente conta com bens como fraldas, brinquedos, babetes, roupas de bebé de género neutro, kits de primeiros socorros, babetes, roupa de cama, produtos de banho, entre outros. A caixa onde os produtos são enviados vem com um colchão incorporado, caso a mãe o queixa utilizar como primeiro berço do bebé.
Esta tradição contribui para que a Finlândia passasse de um país com uma taxa de mortalidade infantil elevada para uma das mais baixas do mundo. Atualmente, as mães podem optar por um presente monetário, mas 95% continua a optar pelo kit de maternidade.
América Latina
Depois de darem à luz, em alguns países da América Latina existe a tradição das mães entrarem no período de 'la cuarentena' ("quarentena"). Nestes 40 dias em que se recuperam do trabalho de parto, as mulheres abstêm-se de sexo, tarefas domésticas, atividade física e de alimentos picantes. Familiares e amigas ajudam a mãe com as responsabilidades domésticas, como cozinhar, limpar e tomar conta de outras crianças.
Equador
Nas zonas rurais do Equador, a mãe recebe uma camisa com suor do pai do bebé durante o trabalho de parto. Segundo o folclore, a peça de roupa, que simboliza um dia de trabalho duro, dará força à mulher.
Japão
No Japão, a maioria das mulheres pretende dar à luz sem anestésicos devido a uma crença budista de que as dores de parto devem ser suportadas como um teste para preparar as dificuldades da maternidade.
Depois da chegada do bebé, a nova mãe fica tradicionalmente em casa dos pais durante pelo menos um mês e descansa na cama durante 21 dias para recuperar e criar laços com o bebé, enquanto os membros da família ajudam nas tarefas domésticas.
Bali
Em Bali, os recém-nascidos são encarados como seres divinos. Por esta razão, a tradição sugere que os pés dos bebés não devem tocar no chão durante 210 dias. Passado este tempo, os pés podem tocar no chão e pensa-se que o bebé passou do céu para a terra.
Nesta cultura, acredita-se também que a placenta está viva e tem praticamente o mesmo significado de um gémeo. Após o parto, realiza-se uma festa em que a placenta é limpa, selada e depois embrulhada num pano branco e enterrada ao ar livre, perto da casa da mãe.
Tribos africanas
Umtata
Segundo o Glasgow African Tales, nas tribos Umtata (no cabo sudeste de África), entre o terceiro e o décimo quarto dia após o nascimento realiza-se uma cerimónia denominada "sifudu". Significando literalmente "passar o bebé pelo fumo", a cerimónia centra-se em torno de uma pequena fogueira feita com folhas da árvore do sifudu. As folhas criam um fumo árido que irrita os olhos, o nariz e a boca. Uma assistente segura o bebé de cabeça para baixo pelas pernas e passa-o várias vezes pelo fumo. O bebé é então entregue à mãe, que está sentada ao lado do fogo; esta passa a criança por baixo de uma das suas pernas e depois da outra. A criança é então banhada cuidadosamente.
Acredita-se que a cerimónia do sifudu fortalece o bebé, tornando-o resistente ao ridículo, ao susto ou ao tormento verbal.
Bamiléké
Para o povo Bamiléké dos Camarões, um acontecimento importante após o nascimento de uma criança é enterrar o cordão umbilical debaixo das raízes de uma árvore. Os Bamiléké têm laços muito estreitos com as terras dos antepassados e com a natureza.
Samburu
Os Samburu, do Quénia, permitem que as mulheres tenham relações sexuais com outros homens que não os seus maridos. No entanto, uma vez grávidas, as mulheres só podem ter relações sexuais com os seus próprios maridos e durante os primeiros meses de gravidez. Quando se aproxima a altura do parto, as mulheres regressam a casa das suas mães ou avós e aí permanecem até a criança atingir a idade de andar.
De acordo com o site Glasgow African Tales, com o nascimento do bebé, a mulher torna-se 'alguém que cometeu um erro' e não pode ver ou falar com o marido, nem este pode mostrar qualquer interesse por ela ou pelo bebé. Passados dois ou três anos, a mulher pode visitar o marido, mas não pode viver com ele.
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