Mísseis americanos mataram Qassem Soleimani. Irão ameaçou EUA com "vingança esmagadora".
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O regime de Teerão ameaçou esta sexta-feira os EUA com uma "vingança esmagadora" após o general Qassem Soleimani, principal comandante militar iraniano e segunda figura do regime a seguir ao ayatollah Ali Khamenei, ter sido morto quinta-feira à noite num ataque de mísseis no aeroporto de Bagdad, numa escalada perigosa que ameaça mergulhar todo o Médio Oriente num conflito de consequência imprevisíveis.
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2020-01-04_00_54_01 Info_Atentado_Bagdad.pdfSoleimani tinha acabado de aterrar em Bagdad e estava a sair do aeroporto juntamente com vários dirigentes da milícia xiita pró-iraniana Frente de Mobilização Popular (PMF) quando as duas viaturas da comitiva foram atingidas por quatro mísseis de alta precisão lançados por um drone ‘Reaper’ norte-americano.
Não houve sobreviventes. Os corpos ficaram irreconhecíveis e Soleimani só foi identificado graças a um anel que usava sempre. No ataque morreu ainda o vice-comandante da PMF, Abu Mahdi al-Muhandis, um dos principais conselheiros de Soleimani e o seu homem de mão no Iraque.
Donald Trump justificou o ataque afirmando que Soleimani "matou ou feriu gravemente milhares de americanos durante muito tempo e estava a planear matar muitos mais". Os EUA acusam o general de estar por trás do ataque contra a embaixada norte-americana em Bagdad e, segundo o secretário de Estado Mike Pompeo, ele deslocou-se à capital iraquiana para coordenar um "ataque iminente" que iria colocar em risco "dezenas ou centenas de vidas americanas".
O PM iraquiano, Adel Mahdi, condenou o ataque, afirmando que "vai acender o rastilho de uma guerra", enquanto o ayatollah Khamenei garantiu que a morte do general vai "redobrar a motivação dos combatentes da guerra santa" e o vice-comandante da Força Quds, Esmail Ghaani, nomeado sucessor de Soleimani, pediu paciência. "Em breve veremos cadáveres de americanos por todo o Médio Oriente", prometeu.
Projetou o poder do Irão na região
Ao longo de duas décadas à frente da Força Quds, a unidade de elite dos Guardas da Revolução do Irão, Qassem Soleimani foi o arquitecto da expansão do poder e influência de Teerão no Médio Oriente, tornando-se um herói e uma estrela para milhões de iranianos, sendo considerada a segunda figura mais poderosa do regime a seguir ao ayatollah Khamenei.
Nascido no seio de uma família de agricultores em 1957, juntou-se à Revolução Islâmica e combateu na guerra Irão-Iraque, onde se destacou pela sua coragem em missões atrás das linhas inimigas, ascendendo rapidamente na hierarquia militar até ser nomeado comandante da Força Quds, em 1998. Tão brilhante quanto implacável, tinha o sangue de milhares de pessoas nas mãos. Forneceu os engenhos explosivos improvisados que mataram centenas de militares americanos na guerra do Iraque, financiou o Hezbollah no Líbano e as milícias houthi no Iémen e convenceu Putin a salvar o regime de Assad.
A coberto de guerra contra o Daesh, cimentou a sua influência na Síria e no Iraque. Mais recentemente, orquestrou os ataques contra petroleiros no golfo de Omã e a sangrenta repressão dos protestos no Iraque, em que morreram mais de 450 pessoas. Sempre recusou qualquer tipo de negociações com os EUA e há pouco mais de um ano avisou Trump: "Vocês podem começar uma guerra, mas será o Irão a terminá-la."
Petróleo sobe 4% com instabilidade
A economia mundial reagiu de imediato ao ataque dos Estados Unidos. O preço do petróleo subiu cerca de 4% nos mercados internacionais e deve manter-se em alta. Pelo estreito de Ormuz passam, diariamente, 21 milhões de barris de crude.
"O Irão nunca ganhou uma guerra"
Donald Trump provocou esta sexta-feira o regime de Teerão, afirmando no Twitter que o Irão "nunca ganhou uma guerra" e que Soleimani "já devia ter sido eliminado há muito tempo".
Orquestrou ataque à embaixada americana
Os EUA acusaram Soleimani de estar por trás do ataque à sua embaixada em Bagdad, na véspera do Ano Novo, e de vários ataques com rockets contra as suas bases.
Refugiados sírios celebram morte
Civis sírios distribuíram doces nos campos de refugiados para celebrar a morte de Soleimani, considerado um dos principais instigadores da guerra civil na Síria.
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