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Jimmy Kimmel continua ausente de alguns canais apesar do regresso à televisão

Humorista indignou a equipa de Trump ao acusar a direita norte-americana de explorar politicamente o assassinato do influencer Charlie Kirk.

23 de setembro de 2025 às 23:43

O humorista Jimmy Kimmel regressa esta terça-feira à televisão, após a suspensão do seu programa durante uma semana que gerou acesos debates sobre a liberdade de expressão nos Estados Unidos e a pressão da administração Trump sobre os 'media'.

O seu programa de entretenimento não estará disponível, no entanto, em todas as televisões norte-americanas, uma vez que várias dezenas de estações locais continuam a boicotar o apresentador, um crítico incansável de Donald Trump.

O segmento de abertura, no qual Kimmel deverá abordar a sua suspensão após os seus polémicos comentários sobre o assassinato do influenciador pró-Trump Charlie Kirk, será analisado de perto, noticiou a agência France-Presse (AFP).

A Disney anunciou na segunda-feira o regresso do programa à sua cadeia ABC, após "conversas ponderadas com Jimmy". A gigante do entretenimento justificou a suspensão temporária decidida na quarta-feira pelo desejo de "evitar agravar uma situação tensa num momento emocional no nosso país".

O humorista indignou a equipa de Trump ao acusar a direita norte-americana de explorar politicamente o assassinato do influencer Charlie Kirk, assassinado por um homem de 22 anos que, segundo os seus pais republicanos, parecia ter posições de esquerda.

"A pandilha MAGA (Make America Great Again, o lema de Trump) tentou desesperadamente rotular este tipo [Tyler Robinson] que assassinou Charlie Kirk como tudo menos um deles e fez tudo o que podia para retirar dividendos políticos" da situação, disse Kimmel na segunda-feira passada.

Kimmel apresenta o programa "Jimmy Kimmel Live!" na ABC desde 2003 e é uma presença constante na televisão e na comédia há ainda mais tempo. É também conhecido como apresentador, tendo apresentado os Óscares quatro vezes.

O responsável da agência reguladora de radiodifusão dos EUA (FCC, na sigla em inglês), Brendan Carr, aproveitou a controvérsia dois dias depois, dando a entender que poderia revogar as licenças das estações que transmitiam o programa.

A Nexstar e a Sinclair, dois grupos que possuem dezenas de canais locais que utilizam a programação da ABC, anunciaram de imediato que iriam deixar de transmitir o "Jimmy Kimmel Live!". Em resposta à crise, a Disney suspendeu o programa em todo o país. Apesar do regresso do humorista ao ar, os dois grupos mantêm o boicote.

A suspensão de Kimmel gerou protestos nos Estados Unidos, com os democratas a entenderem a decisão como um pretexto dos republicanos para se livrarem de um dos rostos mais famosos da televisão, um notório espinho na garganta para Donald Trump.

O Presidente norte-americano saudou a suspensão imediatamente, considerando-a "uma grande notícia para a América" e pediu que outras figuras da indústria do infoentretenimento, como Jimmy Fallon e Seth Meyers, fossem retiradas do ar.

Na quinta-feira, o bilionário republicano sugeriu ainda que a FCC considerasse revogar as licenças dos canais de notícias que o criticam.

Mas a suspensão causou também alguma indignação entre a direita norte-americana, que tradicionalmente considera a liberdade de expressão um dos seus valores fundamentais.

Figuras republicanas como o senador Ted Cruz e o apresentador Tucker Carlson manifestaram reservas na semana passada. 

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