Autoridades marroquinas sempre negaram que Raisuni tenha cumprido greve de fome durante os 118 dias.
O jornalista marroquino Suleiman Raisuni, condenado em 09 de julho a cinco anos de prisão num alegado caso de agressão sexual, suspendeu hoje a greve de fome que se prolongava há 118 dias, anunciou a sua defesa.
Milud Qandil, o advogado de Raisuni, indicou à agência noticiosa Efe que o repórter decidiu pôr termo à sua greve de fome -- que iniciou para exigir a anulação das acusações -- após uma petição da sua família e de ativistas de direitos humanos.
A sua mulher, Julud Mujtari, disse à Efe que de momento a sua família ainda não tem a confirmação sobre a decisão do jornalista, apesar de sublinhar que Raisuni "se comprometeu em terminar com a sua greve a partir de hoje, mas com a condição de ser internado num hospital fora da prisão".
Por sua vez, o diretor da administração penitenciária marroquina, Mohamed Saleh Tamek, emitiu uma declaração onde refere que Raisuni não estava "numa greve de fome verdadeira", não sendo necessário o seu internamento num hospital.
As autoridades marroquinas sempre negaram que Raisuni tenha cumprido greve de fome durante os 118 dias e indicaram em várias ocasiões que o jornalista consumia alimentos que supostamente comprava no interior da prisão.
O repórter, detido desde 22 de maio de 2020, foi chefe de redação do Ajbar al Yawm, o único diário crítico que continuava a ser impresso em Marrocos até ao seu encerramento em março passado por asfixia financeira.
Em 09 de julho Raisuni foi condenado a cinco anos de prisão pelo Tribunal de Apelo de Casablanca, o mesmo que dez dias depois sentenciou a seis anos de prisão outro jornalista, Omar Radi, por suposta violação de uma colega de trabalho.
Os factos que determinaram a condenação de Raisuni remontam a 2018, quando o jornalista efetuava uma reportagem sobre a comunidade homossexual e entrevistou o jovem A. A., que posteriormente o denunciou por violação, apesar de nunca ter sido esclarecido o facto de ter esperado dois anos para apresentar a queixa.
Radi e Raisuni negaram em tribunal todas as acusações, enquanto diversos ativistas de direitos humanos têm referido que as crescentes acusações de "agressões sexuais" dirigidas a ativistas e opositores são uma forma de as autoridades denegrirem a sua imagem e justificarem as pesadas penas de prisão.
Desta forma, os apoiantes de Raisuni e organizações de direitos humanos (ONG) consideram que o verdadeiro motivo da sua perseguição se relaciona com as suas opções políticas vincadamente de esquerda e pelo seu trabalho no Ajbar al Yawm, e recordam que dois outros jornalistas desde antigo diário foram anteriormente perseguidos e detidos.
PCR // RBF
Lusa/Fim
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