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Laicos, gays e feministas contra visita de Bento XVI a Espanha

Colectivos laicos, ateus, homossexuais, feministas entre outros organizarão protestos nos próximos dias em Barcelona contra a visita do papa Bento XVI no domingo à cidade condal.

04 de novembro de 2010 às 13:20

Com o lema ‘Eu não te Espero’, ‘Por um Estado laico’, e um sinal de trânsito que indica perigo com a mitra papal no interior, o colectivo ‘Yo No Te Espero’ convocou uma manifestação em Barcelona para esta quinta-feira, às 19h00 horas locais, na praça central, onde se situa o Palácio do Governo da Catalunha, para protestar contra a visita do papa no domingo à cidade e defender o laicismo.

O colectivo defende a separação entre o Estado e a Igreja e a revogação dos acordos com a Santa Sé. Fazem parte da organização associações locais  laicas, ateus, feministas, homossexuais, sindicalistas e comunistas.

O sindicato da Confederação Geral do Trabalho (CGT) de Barcelona convocou uma greve de autocarros na cidade para domingo, para coincidir com o dia da visita do pontífice.

PROTESTO A PARTIR DO FACEBOOK

Um grupo de amigos, a partir da rede social Facebook, iniciou um protesto público ou 'flashmob' com o nome ‘Morréate ante el Papa’, que consistirá  num beijo público protagonizado por pessoas do mesmo sexo, em frente à Catedral de Barcelona, no início do percurso do papa pelas ruas da cidade.

"Dada a visita inevitável a Barcelona do representante máximo de uma instituição que desde há muitos anos tem sido antagónica, para não dizer  inimiga, das lutas pelos direitos sexuais e afectivos de muitos que não praticam sexo exclusivamente reprodutivo, ou que não amam da mesma maneira que essa  instituição pensa correcta, nós pensamos fazer algo para mostrar o nosso desconforto", dizem na apresentação da página.

O evento não está dirigido só a pessoas homossexuais, na convocatória os organizadores convidam todos aqueles que sintam simpatia "pelas diversas  maneiras de amar". Porém esclarecem que ao assistir devem beijar alguém do mesmo sexo para ter mais êxito.

O protesto público chamou a atenção de vários meios de comunicação que farão a cobertura do evento, não só pela proposta mas pelo facto da página  do Facebook ter sido eliminada várias vezes da internet. Neste momento está aberta e mais de 1500 pessoas confirmaram a presença no domingo.

"Tudo aponta que seja uma hipotética censura", disse a criadora da página a alguns meios de comunicação espanhóis, acrescentando que é "estranho um acto tão nobre como beijar ser considerado hoje em dia em pleno século XXI, revolucionário".

A segunda visita do Papa a Espanha acontece num momento em que o catolicismo no país diminuiu, segundo indica a última pesquisa do Centro de Investigações  Sociológicas (CIS), lançada no início de Outubro: 73,2 por cento declaram-se católicos em Espanha, em comparação a 80 por cento em 2002.

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