Recuperação económica da Nigéria foi acompanhada pelo acréscimo de dificuldades.
Líderes de vários países africanos - Guiné-Bissau, Burundi, Níger, Chade, Libéria - felicitaram esta quarta-feira o candidato do Congresso All Progressives (APC, no poder), Bola Ahmed Tinubu, pela vitória nas eleições presidenciais da Nigéria, realizadas no sábado.
"Parabéns ao Presidente Bola Ahmed Tinubu, declarado vencedor das eleições presidenciais nigerianas", afirmou o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, chefe rotativo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
"Como atual presidente da CEDEAO, exorto os outros candidatos a aceitarem os resultados da comissão eleitoral, em nome da paz e estabilidade do país", acrescentou Embaló na sua conta na rede social Twitter.
O Presidente liberiano, George Weah, divulgou uma declaração em que também transmitiu as "sinceras felicitações" ao presidente eleito e salientou que espera trabalhar com ele para "reforçar os laços de amizade que existem entre os dois países".
Weah exortou todos os nigerianos a "manter a paz na nação durante um tão grande exercício democrático".
O Presidente do Chade para o período de transição, Mahamat Idriss Deby Itno, enviou "calorosas felicitações" ao seu "querido irmão Bola Ahmed Tinubu".
"Esta bênção do povo nigeriano, expressa em paz, é uma lição de democracia que deve inspirar todo o continente africano", salientou Deby Itno, também através do Twitter, apelando ao reforço das "relações bilaterais, que abrangem uma vasta gama de áreas vitais e estratégicas".
Mohamed Bazoum, chefe de Estado de outro país vizinho, o Níger, dedicou os seus "melhores votos de sucesso" ao vencedor das eleições nigerianas.
"Estas eleições livres, democráticas e transparentes reforçam a ancoragem da democracia na Nigéria e constituem um grande progresso para todo o continente africano", acrescentou Bazoum.
Na mesma linha, o Presidente do Burundi, Evariste Ndayishimiye, enviou as "mais sinceras felicitações" ao presidente eleito e manifestou a vontade de "aprofundar e fortalecer a amizade histórica" entre os dois países.
A Comissão Nacional Eleitoral Independente (CENI) da Nigéria, o país mais populoso e maior economia de África, declarou esta quarta-feira Tinubu vencedor das eleições presidenciais, não obstante queixas generalizadas de alegada fraude eleitoral por parte dos principais partidos da oposição, que apelaram à anulação das eleições e à sua repetição.
Tinubu, 70 anos, ganhou 36% dos votos (8,79 milhões de boletins escrutinados) contra o seu principal rival, Atiku Abubakar, candidato do principal Partido Democrático Popular (PDP, oposição), que ficou em segundo lugar com 29% dos votos (6,98 milhões).
Mais de 87 milhões de eleitores recenseados foram chamados a votar no sábado em eleições gerais - presidenciais e legislativas - e a votação foi geralmente calma, ainda que pouco participada.
Esta terça-feira à noite, a CENI declarou Bola Tinubu "vencedor e eleito" na contenda presidencial, com mais de 8,8 milhões de votos, ganhando uma das eleições mais disputadas da história democrática da Nigéria, contra os seus dois principais concorrentes.
Bola Tinubu, com 70 anos, antigo governador de Lagos (1999-2007) foi a cara escolhida para representar o partido no poder. Apelidado de "padrinho" e "criador de reis", devido à imensa influência no seio do Governo, este ioruba (grupo étnico maioritário do sudoeste), de fé muçulmana, comprometeu-se ao longo da sua campanha a expandir à Nigéria os sucessos de desenvolvimento alcançados enquanto liderou os destinos da capital económica do país.
Empresário rico, Bola Tinubu subiu nas fileiras políticas do APC sob acusações de corrupção, mas nunca foi condenado.
Tinubu recebe do seu antecessor, Muhammadu Buhari, a dura tarefa de dar a volta ao gigante africano de língua oficial inglesa, pressionado por uma economia anémica, violência recorrente levada a cabo por grupos extremistas e máfias, e o empobrecimento generalizado da população.
De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Produto Interno Bruto (PIB) do país deverá subir este ano 3,2% para uns impressionantes 574 mil milhões de dólares (541,8 mil milhões de euros), não obstante, o défice orçamental se ter aproximado dos 5% em 2022 e prevê-se que mais de 40% do orçamento da Administração Buhari para 2023 seja financiado pela dívida.
Por outro lado, embora a economia nigeriana tenha recuperado após os anos difíceis da covid-19, crescendo 3,5% nos três primeiros trimestres de 2022, a recuperação económica foi acompanhada pelo acréscimo de dificuldades entre os nigerianos, porque os principais motores do crescimento do país - produção de petróleo e serviços - não beneficiam a maioria da população em termos de empregos e oportunidades de negócio.
A taxa de desemprego na Nigéria é de cerca de 33%, número que apenas reflete aqueles que procuram ativamente emprego, e entre os jovens é ainda mais dramática, está agora nos 43%, sendo que se encontrava abaixo dos 10% antes de Buhari chegar ao poder em 2015.
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