"Há vários expatriados desaparecidos, os terroristas entraram na vila altamente armados com bombas e equipamento militar", disse a mãe do jovem.
A mãe de um jovem da África do Sul de 21 anos desaparecido após o ataque de rebeldes na vila moçambicana de Palma disse este sábado que vários sul-africanos morreram na violência armada na região desde quarta-feira.
"Há vários expatriados desaparecidos, os terroristas entraram na vila altamente armados com bombas e equipamento militar", disse à televisão pública SABC, da África do Sul, sem revelar a sua identidade.
"Outros sul-africanos perderam a vida numa emboscada ontem à noite, a situação é terrível, é uma zona de guerra, é traumático", disse ainda.
Segundo o mesmo relato, "há umas centenas" de sul-africanos a trabalhar nos projetos de gás na região de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, e "não houve assistência de nenhum Governo aos expatriados retidos".
"O meu filho continua desaparecido na zona de guerra, é um jovem, sem experiência militar ou de combate em zonas de guerra e é aterrador não sabermos o seu paradeiro, se está vivo ou se foi raptado porque ninguém ainda nos informou sobre o seu paradeiro e o que aconteceu", referiu.
"A imprensa está a acompanhar os acontecimentos, os americanos condenaram o ataque e dizem-me que a Legião Francesa [forças especiais francesas] está também a caminho [de Moçambique], mas o Governo sul-africano continua em reuniões, há três dias que não sabemos de nada e nem sequer temos ideia do número de afetados", declarou.
Cerca de 200 expatriados refugiaram-se no hotel Amarula, em Palma, desde quarta-feira à tarde, quando o ataque armado à vila começou.
Entre elas há trabalhadores de várias nacionalidades ligados às empresas que trabalham no projeto de gás natural liderado pela petrolífera francesa Total.
Na quinta-feira, começaram operações de resgate do hotel para dentro do recinto protegido da petrolífera Total, a seis quilómetros, ações que continuaram na sexta-feira, altura em que uma das caravanas foi atacada, disse à Lusa fonte que acompanha as operações.
Na altura foram reportadas sete mortes, mas a mesma fonte disse hoje que o número de vítimas é ainda incerto.
Um residente que, juntamente com outros, fugiu de Palma, disse na sexta-feira à Lusa que são visíveis corpos de adultos e crianças assassinadas nas ruas da sede de distrito.
A África do Sul reforçou hoje a sua missão diplomática em Moçambique na sequência do ataque a Palma, anunciou o Governo sul-africano.
Um porta-voz do Ministério da Cooperação e Relações Internacionais (DIRCO, na sigla em inglês) explicou à Lusa que a missão diplomática sul-africana "está ainda a verificar o número de sul-africanos afetados" pelos recentes em Palma.
"Às famílias afetadas que nos contactaram estamos também a oferecer assistência consular", adiantou Clayson Monyela, salientando ser "ainda cedo para confirmar o número de vítimas enquanto não houver informação concreta".
O comunicado do Governo divulgado hoje refere que a África do Sul, através da sua missão diplomática em Maputo, "está a trabalhar com as autoridades locais na verificação, bem como na prestação dos serviços consulares necessários".
Pelo menos um empreiteiro sul-africano foi morto e vários outros encontram-se desaparecidos, noticiou hoje a imprensa sul-africana.
Um português ficou ferido numa operação de resgate de Palma, confirmaram hoje as autoridades portuguesas.
Um número incalculado de pessoas está desde quarta-feira a fugir para a península de Afungi, após o ataque que na sexta-feira entrou no terceiro dia de confrontos.
A Comissão Nacional dos Direitos Humanos de Moçambique pediu na sexta-feira apoio para o resgate de cerca de 600 funcionários do Estado que estão nas proximidades de Palma.
O ataque é o mais grave junto aos projetos de gás após três anos e meio de insurgência armada à qual a sede de distrito tinha até agora sido poupada.
A violência está a provocar uma crise humanitária no norte de Moçambique, com quase 700 mil deslocados e mais de duas mil mortes.
Algumas das incursões foram reivindicadas pelo EI entre junho de 2019 e novembro de 2020, mas a origem dos ataques continua sob debate.
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