Trinta e nove empresas israelitas estarão entre os 1.200 expositores deste evento bienal, "o maior do mundo" dedicado ao tema, que receberá ministros e profissionais de segurança de cerca de 100 países.
A 'Milipol', feira internacional de segurança de França, arranca esta terça-feira em Villepinte, perto de Paris, sob elevada tensão, devido à presença de empresas israelitas, e num contexto mundial de crescentes ameaças híbridas e elevados gastos com a segurança.
Trinta e nove empresas israelitas estarão entre os 1.200 expositores da 24.ª edição deste evento bienal, "o maior do mundo" dedicado ao tema e organizado pelo Ministério do Interior, que receberá ministros e profissionais de segurança de cerca de 100 países.
Apesar das recorrentes controvérsias desde 2024 em torno da participação israelita em feiras de defesa em França, o presidente Emmanuel Macron autorizou "todas as empresas israelitas que o desejarem" a expor na Milipol, anunciou na quinta-feira o Palácio do Eliseu.
A decisão foi justificada pela entrada em vigor do cessar-fogo entre Israel e o Hamas em 10 de outubro e pelo desejo de "contribuir para um diálogo construtivo" na região.
Esta decisão de Macron "confirma a sua intenção de tornar a França cúmplice do genocídio em Gaza e dos crimes contra a humanidade pelos quais o governo israelita é responsável nos territórios ocupados", sustentou a organização de defesa dos direitos humanos ASER (Action Sécurité Éthique Républicaines), especializada na monitorização de transferências de armas, num comunicado.
Para Aymeric Elluin, responsável pela área de armamento e defesa de conflitos da Amnistia Internacional, a problemática presença da Corsight, uma empresa israelita de reconhecimento facial, na Milipol é um fator crucial.
"Alertámos as autoridades francesas, salientando que esta empresa não tinha qualquer motivo para estar na feira (...) Forneceu armamento às forças israelitas que intervieram em retaliação em Gaza" após o ataque do Hamas em Israel, em 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra em Gaza, frisou à agência France-Presse (AFP).
Poucos dias antes do anúncio do Palácio do Eliseu, a imprensa israelita noticiou que oito empresas israelitas não seriam autorizadas a expor na feira.
Durante o Salão Aeronáutico de Paris, em junho, o acesso aos expositores israelitas foi bloqueado com muros e lonas pretas, provocando indignação em Telavive.
Os israelitas foram também impedidos de expor em França, na feira de defesa terrestre Eurosatory, na primavera de 2024, e só obtiveram autorização judicial de última hora para participar na feira Euronaval, no outono.
Num clima geopolítico tenso, o mercado de segurança está em franca expansão.
Ao contrário do setor da defesa, onde apenas os estados adquirem tecnologias, o mercado da segurança tem muito mais clientes, incluindo autoridades locais, empresas privadas e públicas, sublinhou o autarca Yann Jounot, organizador da Milipol.
"É um mercado muito aberto e extremamente competitivo", destacou.
A natureza totalmente digital dos sistemas de segurança - transmissões de vídeo, redes de alerta, rádios encriptados, bases de dados - aumenta a sua vulnerabilidade.
Neste contexto, a cibersegurança torna-se essencial.
Plataformas para combater a desinformação, detetando discursos maliciosos com o uso de inteligência artificial (IA), serão apresentadas na feira, com soluções inovadoras antidrone e equipamentos de proteção com tecnologia de ponta.
Os gastos globais em segurança atingiram os 739 mil milhões de euros em 2024, um aumento de 5,3% relativamente ao ano anterior, quase o dobro da taxa de crescimento do PIB global (3,2%, segundo o Fundo Monetário Internacional).
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.