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Mais de 1000 detidos em operação conjunta da Interpol e da Afripol contra tráfico de pessoas e imigração ilegal

Portugal e Grécia foram os únicos da União Europeia a participar na operação.

26 de julho de 2023 às 12:07

Mais de 1000 pessoas foram detidas numa operação conjunta da Interpol e da Afripol contra o tráfico de pessoas e imigração ilegal que decorreu entre maio e junho em 54 países. Portugal e Grécia foram os únicos da União Europeia a participar na operação, informa o SEF em comunicado.

A nível global foram detidas 1062 pessoas e sinalizadas 823 vítimas de tráfico de seres humanos, foram também detetados 2731 em situação ilegal. Na sequência da operação foram ainda  apreendidas 801 viaturas e armas de fogo, refere o SEF.

De acordo com a mesma fonte, na operação "Flash-Weka" foram sinalizadas em Portugal 94 vítimas de tráfico de seres humanos, na investigação BSports Academy, um homem foi detido por falsificação de documentos, foram fiscalizados 171 voos e controlados 21.432 passageiros e documentos nos aeroportos de Lisboa e Porto. Foram ainda apreendidas 17 autorizações de residência e oito passaportes. 

O secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock, referiu que "o tráfico de seres humanos e o contrabando de migrantes fazem frequentemente parte de uma cadeia criminosa mais vasta e complexa".

Daí, acrescentou Stock, a importância da cooperação com a Afripol para desmantelar estas redes, identificar e "resgatar milhares de vítimas retidas".

Entre as várias ações levadas a cabo, oito cidadãos marroquinos foram intercetados num bote com coletes salva-vidas quando se preparavam para atravessar ilegalmente a costa espanhola.

Em Angola, sete mulheres vietnamitas, recrutadas online com a promessa de trabalho em hotéis e salões de beleza, foram resgatadas dos seus traficantes, também vietnamitas, que as obrigavam à prostituição.

As investigações na Tunísia sobre um barco encontrado a 80 milhas ao largo da costa de Kerkennah concluíram que naufragou quando navegava entre a Líbia e a Itália com 59 passageiros, incluindo crianças, de países como o Bangladesh, o Egito, o Paquistão e a Síria.

Foram assim identificadas redes no Burkina Faso, nos Camarões, onde as vítimas foram resgatadas em Yaoundé e os suspeitos detidos na Costa do Marfim, Gana, Guiné-Conacri e Mali.

As informações recebidas na Serra Leoa através da Interpol levaram a uma operação policial que ajudou a resgatar 15 supostas vítimas de tráfico de pessoas, todos homens do Sri Lanka, segundo a mesma fonte.

No Togo, num hotel de Lomé, as autoridades resgataram 30 vítimas do tráfico de seres humanos da Nigéria que eram exploradas sexualmente.

Na Síria, a polícia resgatou um menor e prendeu dois homens suspeitos de tráfico para exploração sexual.

Finalmente, as autoridades iraquianas prenderam nove pessoas suspeitas de envolvimento em casos de tráfico de órgãos.

Em junho de 2022, uma repressão semelhante ao "Flash-Weka", "Weka II", mobilizando 44 países em quatro continentes, resultou na prisão de 300 pessoas, incluindo 83 contrabandistas de migrantes e 88 suspeitos de tráfico de pessoas. Cerca de 700 vítimas foram resgatadas.

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