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Banho de sangue em jornada de protestos em Gaza

Tropas de Israel dispararam contra palestinianos que protestavam junto da fronteira de Gaza. Mais de 50 pessoas morreram.

15 de maio de 2018 às 01:58

O dia de festa para os judeus foi de tragédia para os palestinianos. Nos 70 anos da criação de Israel, os EUA inauguraram a contestada embaixada em Jerusalém, dando origem a uma jornada de protestos palestinianos que se saldou com o mais grave massacre desde a guerra de 2014: pelo menos 55 mortos e 2700 feridos.

Os militares de Israel dispararam a matar sobre os manifestantes que, armados com pedras, fisgas e bombas incendiárias, se concentraram junto da fronteira da Faixa de Gaza para contestar a mudança da embaixada norte-americana de Telavive para a disputada Cidade Santa, reclamada como capital por judeus e palestinianos.

Os protestos na Faixa de Gaza duram há seis semanas mas agravaram-se devido à inauguração, vista como sinal de que os EUA abandonaram a neutralidade e desistiram de mediar uma paz que leve à criação de um Estado palestiniano.

O banho de sangue motivou críticas e apelos à contenção por parte de vários países, entre os quais a França e o Reino Unido. Nenhum destes países apoiou a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, quando em dezembro de 2017 reconheceu Jerusalém como capital de Israel.

Os militares israelitas alegam que responderam à violência da parte dos manifestantes, alguns dos quais terão atirado explosivos. Três palestinianos foram mortos quando alegadamente tentavam colocar explosivos na vedação de segurança em Rafah, no sul da Faixa de Gaza.

Além da repressão dos protestos, com uso de munições reais e granadas de gás lacrimogéneo, as tropas de Israel atacaram no interior do território palestiniano. Aviões e tanques israelitas visaram alvos alegadamente pertencentes ao grupo palestiniano Hamas, que domina a Faixa de Gaza.

EUA inauguram embaixada em Jerusalém nos 70 anos da criação do Estado de Israel  

"Recordem este dia. Isto é História", afirmou o PM de Israel, Benjamin Netanyahu, na inauguração que consumou a mudança da embaixada dos EUA de Telavive para Jerusalém nos 70 anos da criação de Israel. Donald Trump fez-se representar pela filha Ivanka e o genro e conselheiro, Jared Kushner. "O que Trump promete cumpre", disse este. O presidente, em mensagem gravada, considerou que a mudança "era devida há muito".

Três dias de luto pelas vítimas das tropas israelitas      

SAIBA MAIS

1967

Ano em que Israel ocupou e anexou a parte oriental de Jerusalém, de maioria árabe.

Estatuto da cidade santa

À luz dos acordos de paz firmados em 1993, o estatuto de Jerusalém, cidade santa para judeus e árabes e desejada como capital por Israel e o Estado palestiniano, ficou em aberto e deveria ser decidido aquando de um acordo de paz definitivo.

Ocupação ilegal

Desde 1967 Israel ergueu dezenas de colonatos na Cisjordânia e Jerusalém Leste, considerados ilegais pela comunidade internacional, pois roubam território ao Estado palestiniano.

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