Diamantino Azevedo sublinhou que existem capacidades em África para a implementação do conteúdo local.
O presidente da Organização Africana dos Países Produtores de Petróleo (APPO, na sigla inglesa) considerou esta terça-feira "uma vergonha" que apenas uma única vez as empresas petrolíferas africanas se tenham reunido, pedindo "mais trabalho e menos discursos e lamentações".
Segundo Diamantino Azevedo, empresas de petróleo de África apenas na segunda-feira se reuniram pela primeira vez, em Luanda, considerando a iniciativa tardia como "uma vergonha".
"Isso não pode continuar a acontecer, então, meus senhores, vamos deixar de falar, de ficarmos a lamentar, falar menos, fazer mais, partilhar mais e acreditar mais em nós próprios", exortou esta terça-feira o presidente da APPO.
"Nós africanos somos inteligentes, mas temos que ser ousados também, temos que deixar de ter ego, temos que confiar e acreditar em nós próprios", acrescentou.
Para o também ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás angolano, "existem capacidades em Angola, e deve existir noutros países", mas reiterou: "Agora temos de acreditar em nós, se a tecnologia vir de fora é boa e é aceite, se for de África já não é boa e nem é aceite, e aí não vamos culpar ninguém, vamos culpar nós próprios".
O líder da APPO falava na sessão de debates de uma mesa-redonda sobre o conteúdo local africano, no segundo dia da 8.ª edição do Congresso e Exposição de Petróleo Africano (CAPE, na sigla inglesa) que se iniciou na segunda-feira, em Luanda.
Diamantino Azevedo sublinhou que existem capacidades em África para a implementação do conteúdo local.
"Vamos refletir sobre isso e, acima de tudo, vamos andar pelos nossos países, vamos visitar o que cada país tem, fazer acordos, trabalhar em conjunto, é preciso agirmos desta forma", defendeu.
Revisão de políticas e progressos na implementação do conteúdo local em África foi o subtema deste painel temático que juntou distintos operadores do setor, entre investidores, responsáveis de órgãos reguladores e associações do setor e uma assistência composta por representantes dos 15 países-membros da APPO e convidados.
Após a intervenção dos oradores, o ministro angolano recordou as capacidades "subaproveitadas" da petrolífera estatal Sonangol para justificar as valências do setor a nível de África "muitas vezes subutilizadas".
"Publicamente sempre disse que se nós encerrarmos hoje a Sonangol não haverá nenhum efeito negativo sobre a atividade petrolífera em Angola, porque a Sonangol tornou-se numa grande empresa em muitas coisas, mas não na indústria de petróleo", indicou.
A empresa "opera apenas cerca de 2% da produção do petróleo em Angola, no entanto, criou muita capacidade, tanto de recursos humanos como infraestruturas técnicas" que "não usamos, ou usamos pouco", realçou.
"Daí que decidimos que a Sonangol deixasse de ser regulador e concessionária, decidimos privatizar quase tudo fora do negócio de petróleo para concentrarem-se na atividade de petróleo e em toda a sua cadeia, foi essa orientação que demos à Sonangol e estamos a caminhar por aí", argumentou.
O Instituto Superior Tecnológico, afeto à Sonangol, o laboratório com equipamento moderno da Sonils, base logística da Sonangol, os navios de transporte de gás e dois navios sonda da última geração foram exemplos apresentados por Diamantino Azevedo como capacidades do país que "estão subutilizadas ou mal utilizadas".
O presidente da APPO deu conta igualmente que o país decidiu criar um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Sonangol, "completamente bem estruturado" e que se decidiu "alargar o objeto deste centro também para as energias renováveis".
"Para o hidrogénio, para os minerais, carros elétricos, eu também tenho estado a incentivar a Sonangol para que olhe para o que temos em Angola, nomeadamente o lítio, cobalto, zinco, e as nossas empresas têm de se tornar empresas de energia", concluiu.
Os trabalhos da CAPE VIII terminam na quinta-feira, na capital angolana.
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