Marcos Vinícius não resistiu aos ferimentos. Caso aconteceu no Rio de Janeiro.
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O menino de 14 anos baleado a caminho da escola esta quarta-feira no meio de uma operação da polícia que deixou seis supostos traficantes também mortos no bairro da Maré, na zona norte da cidade brasileira do Rio de Janeiro, não resistiu aos ferimentos e morreu. A mãe, Bruna da Silva, acusou esta quinta-feira a polícia de ter impedido a ambulância de socorrer o filho quando ele ainda tinha grandes probabilidades de sobrevivência.
Bruna contou que o filho, Marcos Vinícius Silva, baleado no abdómen, não foi socorrido pela polícia, que se recusou a atender os moradores, e foram habitantes do bairro que, arriscando a própria vida, o levaram para a UPA, Unidade de Pronto Atendimento.Ainda de acordo com o relato da mãe, que esta quinta-feira foi ao Instituto de Medicina Legal reconhecer o filho, depois de se terem recusado pela primeira vez a socorrer o estudante, os polícias envolvidos na ação impediram a entrada no bairro da ambulância chamada pelos próprios médicos da UPA para transferir o ferido para um hospital com mais recursos.
Foi só mais de uma hora depois, diz Bruna, e após a intervenção da Secretaria de Saúde, que a polícia permitiu a transferência do menino. Finalmente levado para o hospital, Marcos Vinícius, que até aí mantinha os seus sinais vitais, não resistiu e morreu.
O aluno foi atingido quando tentava chegar à escola onde estudava, no bairro da Maré, onde mais de 100 agentes da Polícia Civil (Judiciária) realizavam uma operação, fortemente criticada nas redes sociais e na imprensa pela violência utilizada. O menino vestia o uniforme da escola, que o identificava como estudante, e carregava livros e cadernos na sua mochila, tendo sido baleado quando, assustado com o tiroteio e percebendo que não conseguiria chegar até à segurança da escola, tentou voltar para casa.
Segundo a polícia, a operação foi desencadeada para tentar prender criminosos ligados ao tráfico de droga que se escondem na região, e todos os seis adultos mortos eram criminosos perigosos, atingidos supostamente depois de terem atacado os agentes. Mas outras fontes afirmam que, na verdade, a operação foi uma ação de retaliação pela morte na Maré, na semana passada, de um inspetor da corporação.
Nas redes sociais, a ação foi criticada até por artistas e personalidades ligadas a entidades de defesa dos Direitos Humanos pela violência utilizada pelos agentes numa área extremamente povoada.Segundo relatos, a polícia já entrou no bairro a disparar para todos os lados, algo comum em operações policiais no Rio de Janeiro, enquanto um helicóptero da corporação fazia sucessivos voos razantes sobre as casas, com agentes também a disparar lá de cima aparentemente sem alvo definido e levando o pânico inclusive a alunos e professores da escola para onde Marcos Vinícius se dirigia.
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