Presidente norte-americano pode 'atrapalhar' a Tesla ao incentivar os órgãos reguladores federais de segurança a intervir perante qualquer sinal de problema com os robotáxis.
O homem mais rico do mundo, Elon Musk, pode perder milhares de milhões de dólares na sua luta com o político mais poderoso do mundo, Donald Trump, em projetos da Tesla, SpaceX ou Starlink.
A disputa entre Musk com o chefe de Estado norte-americano pode significar que os planos da Tesla para carros autónomos encontrem um obstáculo, a SpaceX realize menos missões para a NASA, a Starlink obtenha menos contratos de satélite no estrangeiro e a plataforma de redes sociais X perca anunciantes, realçou esta sexta-feira a agência Associated Press (AP).
A quebra de confiança ocorre apenas uma semana antes de um teste planeado dos táxis autónomos da Tesla em Austin, Texas, um acontecimento importante para a empresa, uma vez que as vendas dos seus veículos elétricos são fracas em muitos mercados, e Musk precisa de uma vitória.
Trump pode 'atrapalhar' a Tesla ao incentivar os órgãos reguladores federais de segurança a intervir perante qualquer sinal de problema com os robotáxis.
Uma parte importante, mas frequentemente negligenciada, do negócio da Tesla que pode ser afetada são as vendas de créditos de carbono, um negócio paralelo próspero vendendo "créditos regulamentares" a outros fabricantes de automóveis para compensar as suas deficiências.
Enquanto Musk e Trump trocavam argumentos nas redes sociais na quinta-feira, os senadores republicanos inseriram uma nova redação no projeto de lei orçamental de Trump que eliminaria as multas para carros movidos a gasolina que não cumprissem as normas de economia de combustível.
A incursão de Musk na política dos republicanos custou as vendas da Tesla entre os consumidores preocupados com o ambiente que adotaram os carros elétricos e levou a boicotes aos concessionários da Tesla. Estes compradores podem voltar, mas isso está longe de ser certo.
"Há mais perguntas do que respostas após os acontecimentos de quinta-feira", frisou Itay Michaeli, analista da TD Cowen, no seu último relatório.
O alvo de Michaeli para as ações da Tesla no início deste ano era de 388 dólares. Desde então, reduziu-o para 330 dólares. A Tesla estava a ser esta sexta-feira negociada a 300 dólares.
Trump disse na quinta-feira que poderia cortar contratos governamentais com a empresa de foguetões de Musk, a SpaceX, uma enorme ameaça para uma empresa que recebeu milhares de milhões de dólares federais.
A empresa privada, que vale alegadamente 350 mil milhões de dólares, realiza lançamentos, envia astronautas para o espaço para a NASA e tem um contrato para enviar uma equipa da agência espacial à Lua no próximo ano.
Mas se Musk tem muito a perder, os EUA também têm.
A SpaceX é a única empresa americana capaz de transportar tripulações de e para a estação espacial, utilizando as suas cápsulas Dragon, com capacidade para quatro pessoas.
A outra alternativa é politicamente arriscada: depender totalmente das cápsulas Soyuz da Rússia.
Uma subsidiária da SpaceX, a empresa de Internet por satélite Starlink, parece também ter beneficiado da relação outrora próxima de Musk com o Presidente.
Musk anunciou que a Arábia Saudita aprovou a Starlink para alguns serviços durante uma viagem com Trump ao Médio Oriente no mês passado. A empresa também fechou uma série de outros acordos recentes no Bangladesh, Paquistão, Índia e noutros locais, enquanto Trump ameaçava impor tarifas.
Outra dúvida recai sobre os grandes anunciantes que abandonaram a rede social X depois de Musk ter acolhido todo o tipo de teorias da conspiração na plataforma.
Musk classificou a decisão de abandonar o X como um "boicote ilegal" e processou-os, e a administração Trump interveio recentemente com uma investigação da Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês) sobre uma possível coordenação entre estes.
Agora, os anunciantes podem ter de se preocupar com um perigo diferente.
Se Trump não gostar do X, "há o risco de que volte a ser politicamente radioativo para as grandes marcas", alertou Sarah Kreps, politóloga da Universidade de Cornell.
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