Organização disse acompanhar "com profunda preocupação o grave estado de saúde" de Raissouni.
Uma organização de direitos humanos de Marrocos pediu esta terça-feira ao Governo para interceder no caso de Suleiman Raissouni, o jornalista da oposição detido, e alertou sobre o seu "grave estado de saúde" após 62 dias em greve de fome.
Em carta dirigida ao chefe do executivo, Saadedin Otmani, ao ministro dos Direitos Humanos, Mustafa Ramid, e à presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), Amina Buayach, a Associação Marroquina de Direitos Humanos (AMDH, a maior do país), pede a sua intervenção "urgente para salvar a sua vida [de Raissouni] e garantir o seu direito legítimo e inalienável a um julgamento justo no qual todas as partes do caso sejam iguais".
A Organização não-governamental (c, que considera um "preso de opinião", e denunciou o largo período de prisão preventiva em que se encontra na prisão de Ukacha em Casablanca, "na ausência de qualquer ato flagrante ou prova material tangível".
Raissouni, 49 anos, em prisão preventiva desde 22 de maio de 2020, está acusado de agressão sexual contra um homossexual, num processo que considera "político", e a próxima sessão do julgamento agendada para quinta-feira.
Uma delegação do Sindicato nacional de imprensa marroquina visitou-o recentemente para tentar convencê-lo a suspender o seu protesto, mas sem resultado.
A mulher do jornalista detido, Kholoud Mokhtari, revelou à agência noticiosa Efe que o seu marido perdeu mais de 30 quilos desde a sua detenção, quando pesava 85 quilos, e alertou sobre a "grave deterioração do seu estado de saúde". No entanto, a Administração penitenciária tem insistido que o seu estado é "normal".
Fundador do Al-Aoual, também colaborou em diversas publicações antes de ser designado chefe de redação do jornal independente Akhbar Al-Yaoum após a prisão e condenação a 15 anos de prisão de Taoufik Bouachrine, o anterior responsável do jornal.
Este periódico era considerado o único diário crítico no país, até ser forçado a encerrar em março passado por asfixia financeira.
Raissouni recebe visitas duas vezes por semana de uma enfermeira e de um médico que medem a sua tensão e os níveis de açúcar e magnésio, mas os seus advogados consideram não ser suficiente, por sofrer de hipertensão crónica e ter dificuldades em caminhar.
Na mesma prisão também se encontra o jornalista da oposição Omar Radi, que colaborou com vários 'media' marroquinos e internacionais, acusado de abusar sexualmente de uma companheira de trabalho.
Na perspetiva oficial, as acusações dirigidas a Marrocos por diversas organizações de direitos humanos sobre a crescente repressão aos jornalistas críticos não têm sentido.
"Esses dois jornalistas que citou foram alvo de processos judiciais, bem documentados, a justiça faz apenas o seu trabalho, e não será pelo facto de serem jornalistas que devem ser tratados de outra forma face aos restantes. São cidadãos marroquinos, e todos têm direito à mesma justiça, que é equilibrada e com processos consistentes", disse hoje em declarações à Lusa o embaixador de Marrocos em Lisboa, Othmane Bahnini.
O diplomata assinalou que Marrocos "é um país de direito, de liberdades, onde existe uma justiça" e numa referência às acusações dirigidas a Raissouni e Radi, que ambos negam, indicou que "a justiça dispõe desses elementos, não existe justiça a duas velocidades nem várias justiças, existe apenas uma justiça para todos os marroquinos, sejam jornalistas, empresários, simples cidadãos ou estudantes".
O representante do reino de Marrocos também rejeitou as "acusações não fundamentadas" sobre perseguição a jornalistas ou a ativistas de direitos humanos, e acrescentou que no seu país "existem mecanismos, associações muito ativas sobre a questão dos direitos humanos e que zelam pelo respeito dos direitos humanos".
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.