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Pai de jornalista bielorrusso preso após desvio de avião denuncia maus-tratos na cadeia

Dmitry Protasevich diz que o filho foi torturado e que não sabe onde está detido nem em que condições

26 de maio de 2021 às 08:38

O pai do jornalista bielorrusso Roman Protasevich, detido no domingo depois de o avião em que seguia ter sido desviado para Minsk, na Bielorrússia, afirma que o filho estava sob coação quando "confessou" ter organizado protestos contra o regime do Presidente Alexander Lukashenko. A UE adotou, entretanto, sanções adicionais contra a Bielorrússia, que incluem a proibição das linhas aéreas desse país continuarem a voar para destinos europeus

"Era claro que estava fisicamente ferido pois havia sinais de pancada no rosto dele", afirmou Dmitry, pai do jornalista, aludindo ao vídeo da confissão divulgado na noite de segunda-feira pelas autoridades bielorrussas. "Ainda não sabemos onde ele está nem em que condições, acrescentou.

A líder opositora exilada, Sviatlana Tsikhanouskaya, destacou também os maus-tratos a Protasevich. "Foi claramente espancado e estava sob pressão. Não há dúvida de que foi torturado. Foi feito refém", afirmou em Vilnius, capital lituana, cidade para a qual se dirigia o avião da Ryanair quando foi desviado para Minsk.

O vídeo da confissão foi classificado pela chanceler alemã, Angela Merkel, como "preocupante" e sobre o desvio do avião disse tratar-se de "um ato sem precedentes e inaceitável".

Reunidos em Bruxelas, os líderes europeus que um dia antes congelaram três mil milhões de euros de investimentos, acordaram endurecer as sanções ao país. Para lá das restrições aos voos das companhias bielorrussas, será também ampliada a lista de dirigentes proibidos de entrar na Europa.

Entretanto, a Air France juntou-se a uma lista de companhias aéreas que vão desviar voos do espaço aéreo bielorrusso, entre as quais a KLM, Lufthansa, SAS e Finnair. Paralelamente, Ucrânia e Polónia vão suspender todos os voos de e para a Bielorrússia.

PORMENORES

Desvio do voo provado

A transcrição das comunicações entre o avião e a torre de controlo do aeroporto de Minsk prova que foi o controlador aéreo a "recomendar" o desvio do voo. "Temos informações de serviços especiais de que têm uma bomba a bordo que pode ser ativada sobre Vilnius", diz o controlador de voo bielorrusso.

Macron quer oposição

O Presidente francês, Emmanuel Macron, queria a oposição bielorrussa na cimeira do G7, a realizar em junho no Reino Unido, mas o governo de Boris Johnson disse não haver planos para alargar convites.

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