Segundo o relatório só três países baixaram o IRC: Portugal, Áustria e Luxemburgo.
Os países da OCDE e de economias parceiras da organização estão a apostar no aumento do IRC depois de duas décadas em que a tendência foi de desagravamento do imposto, refere a instituição num relatório divulgado esta quinta-feira.
No relatório "Reformas da Política Fiscal", a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) resume a trajetória das medidas fiscais introduzidas ou anunciadas pelos governos de 86 jurisdições em 2024, olhando para a realidade dos países da organização e de algumas economias "parceiras", que pertencem ao Quadro Inclusivo sobre a Erosão da Base e Transferência de Lucros da OCDE/G20.
A partir dessa análise, a OCDE conclui que "em 2023 e 2024, foram mais as jurisdições que aumentaram as taxas de imposto sobre o rendimento das sociedades do que aquelas que as reduziram, invertendo-se a tendência observada nas últimas duas décadas".
"Pelo segundo ano consecutivo, os aumentos das taxas do IRC foram mais comuns do que as reduções, sugerindo-se ainda mais que a tendência de queda nas taxas do IRC parou ou está a mostrar sinais de reversão. Embora as últimas duas décadas tenham sido marcadas pela queda nas taxas do IRC em todo o mundo, em 2023 e 2024 assistiu-se a uma reversão dessa tendência", indica a OCDE.
Só três países baixaram o IRC: Portugal, Áustria e Luxemburgo.
No caso português, a OCDE contabiliza a aprovação no parlamento da descida do IRC de 21% para 20%, que só terá efeitos em 2025, porque é em relação aos rendimentos deste ano que se aplicará a nova taxa.
Em sentido contrário, cinco jurisdições (República Checa, Islândia, Eslovénia, Eslováquia e Lituânia) "implementaram ou introduziram aumentos nas taxas de IRC em 2024 para aumentar as receitas adicionais". Três dos cinco países aumentaram a taxa "em pelo menos dois pontos percentuais".
No documento, a OCDE nota que os aumentos das taxas que se observaram "tenderam a ser de maior magnitude do que as reduções".
Além destas alterações nas taxas, "vários países também introduziram ou aumentaram impostos adicionais (ou sobretaxas) sobre o rendimento das empresas, para aumentar as receitas para o orçamento geral, tendo em conta o aumento das despesas públicas e, em particular, das despesas com a defesa".
Embora se verifique um aumento nas taxas, continuam a prevalecer "medidas de redução da base tributária" dirigidos às empresas, com os países a adotarem políticas que oferecem um "tratamento fiscal preferencial a certos tipos de investimento, particularmente em investigação e desenvolvimento (I&D), tecnologias de redução de emissões e setores considerados importantes para a segurança nacional", ressalva a OCDE.
As taxas de IRC continuam em valores "historicamente baixos", nota a OCDE, com base numa análise mais abrangente, referente aos valores de 143 jurisdições. A taxa média do IRC "foi de 21,1% em 2024, ficando longe dos 28% registados em 2000".
"Os elevados níveis de endividamento, aliados à emergência de necessidades significativas em termos de despesas relacionadas com as alterações climáticas, o envelhecimento da população e, em alguns países, o aumento das despesas com a defesa, levaram as jurisdições de todos os níveis de rendimento a adotar estratégias para mobilizar mais receitas", elenca a OCDE, referindo-se ao que se passou de uma forma global nos vários impostos.
O ano de 2024 consolidou a tendência de redução dos apoios fiscais atribuídos pelos Estados em resposta à pandemia e à crise inflacionista agravada pela guerra na Ucrânia.
No caso do IVA, o recurso a isenções ou a taxas reduzidas continuou a ser generalizado em 2024.
"Muitas jurisdições expandiram ou prolongaram a isenção de IVA sobre bens e serviços essenciais --- como alimentos, energia, saúde, habitação e cuidados infantis --- principalmente com o objetivo declarado de abordar questões de equidade e custo de vida", afirma a OCDE.
No entanto, refere a OCDE, vários países começaram a retirar as ajudas "à medida que as pressões inflacionárias diminuíram".
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.