Anúncio de que os EUA vão reconhecer cidade como capital de Israel criticado em todo o mundo
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O papa Francisco pediu esta quarta-feira respeito pelo estatuto de Jerusalém e "sabedoria e prudência", numa altura em que o Presidente dos Estados Unidos se prepara para reconhecer a cidade como capital de Israel.
"Não posso calar a minha profunda preocupação perante a situação que se criou nos últimos dias" sobre Jerusalém, declarou o papa, sem citar diretamente o anúncio de Donald Trump.
"Peço que todos se comprometam a respeitar o estatuto da cidade, em conformidade com as resoluções da ONU", sublinhou, durante a audiência semanal, perante milhares de fiéis, no Vaticano.
Portugal teme escalada de violência
O ministro dos Negócios Estrangeiros do governo português disse esta quarta-feira esperar que o reconhecimento pelos EUA de Jerusalém como capital de Israel não "desperte uma escala da violência", salientando que a solução para o conflito passa pela "coexistência" entre Israel e a Palestina. O ministro qualificou como "contraproducente" e "prematura" a decisão de Donald Trump.
Turquia anuncia reunião de líderes muçulmanos
O Presidente da Turquia, Recep Rayyip Erdogan, vai organizar a 13 de dezembro em Istambul uma cimeira de dirigentes dos principais países muçulmanos na sequência da decisão dos Estados Unidos em reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
"O nosso Presidente da República convocou uma cimeira extraordinária da Organização de Cooperação Islâmica (OCI) para permitir que os países muçulmanos atuem de forma unificada e coordenada diante desses desenvolvimentos", disse o porta-voz da presidência turca, Ibrahim Kalin, afirmando que a reunião vai decorrer a 13 de dezembro em Istambul, na Turquia.
Antes, o primeiro-ministro turco, Binali Yldirim, de visita a Seul, instou o presidente dos Estados Unidos a reconsiderar a decisão. "Na minha opinião, a decisão de mudar a embaixada dos Estados Unidos a Jerusalém pode agravar os conflitos entre Israel e a Palestina e entre as religiões", disse Yildrim durante uma conferência de imprensa em que estava presente o chefe do Executivo da Coreia do Sul, Lee Nak-yon.
Liga árabe reúne de emergência
A Liga Árabe convocou esta quarta-feira uma reunião de emergência dos ministros dos Negócios Estrangeiros da região para discutir a intenção dos Estados Unidos de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
A convocação da reunião foi solicitada pela Jordânia, após um pedido da Palestina.
Trump telefonou na terça-feira ao rei Abdullah II da Jordânia, ao Presidente egípcio, Abdelfatah al Sisi, e ao presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, para lhes comunicar a decisão, que deverá ser anunciada esta quarta-feira oficialmente às 13h00 locais (18h00 em Lisboa).
ONU defende negociação
O enviado especial da ONU para o Médio Oriente, Nickolay Mladenov, disse esta quarta-feira que o futuro estatuto de Jerusalém deve ser assunto de negociações referindo-se à vontade dos Estados Unidos em reconhecer a cidade como capital israelita.
"O futuro de Jerusalém é um assunto que deve ser negociado entre israelitas e palestinianos em negociações diretas", disse Mladenov aos jornalistas.
Preocupação no Reino Unido
O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Boris Johnson, em Bruxelas, também reagu ao anúnico americano: "Vemos com preocupação a informação que ouvimos", disse Johnson, à chegada a uma reunião da NATO.
"Acreditamos que Jerusalém deveria, é claro, fazer parte de uma solução final (para o conflito) entre israelitas e palestiniano, uma solução negociada", insistiu.
Países não alinhados expressam "grave preocupação"
O Movimento dos Países Não-Alinhados expressou "grave preocupação" pela intenção dos EUA de transferir a sua embaixada em Israel de Telavive para Jerusalém, o que representa um reconhecimento de Washington daquela cidade como capital do Estado hebraico.
O Movimento, cuja presidência rotativa é assumida atualmente pelo Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, advertiu na terça-feira que "tais ações provocativas" não observam as resoluções do Conselho de Segurança" da ONU e "aumentarão ainda mais as tensões" na zona, "com potenciais repercussões de grande alcance".
Num comunicado divulgado pela diplomacia venezuelana, o Movimento, surgido depois de formados os dois grandes blocos da Guerra-Fria, liderados pelos Estados Unidos e pela antiga União Soviética (URSS), recorda as resoluções da ONU em que se fala de Israel como "potência ocupante" e se pede a retirada de todas as representações diplomáticas da Cidade Santa.
China diz-se "preocupada"
A China disse esta quarta-feira estar preocupada com o plano do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel, afirmando temer um "escalar de tensões" na região.
"Estamos preocupados com uma possível escalada de tensões", afirmou Geng Shuang, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
"Todas as partes envolvidas devem ter em mente a paz e estabilidade regionais, ter cautela nas ações e declarações, evitar minar a base para uma resolução da questão palestiniana e abster-se de gerar um novo confronto na região", afirmou Geng, em conferência de imprensa.
Síria fala em perigo
O plano do Presidente norte-americano, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel "é perigoso", considerou esta quarta-feira o Governo sírio.
"A Síria condena fortemente a vontade do Presidente norte-americano de transferir a embaixada norte-americana para Jerusalém ocupada e de reconhecer Jerusalém como capital da ocupação israelita", afirmou uma fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros sírio, citada pela agência oficial Sana.
Segundo a mesma fonte, "esta iniciativa perigosa da administração norte-americana mostra claramente o desprezo dos Estados Unidos pela lei internacional".
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