A edição de hoje
Muitos dos acidentes não são reportados por receio de represálias.
Pelo menos 20 pessoas morreram em desabamentos de minas artesanais associadas ao garimpo ilegal, desde janeiro, na província de Manica, centro de Moçambique, anunciaram, esta terça-feira, as autoridades locais.
Muitos dos acidentes ocorridos durante o garimpo ilegal em Manica não são reportados pelas comunidades, por receio de represálias, daí existir ainda dificuldades em determinar o número exato de mortes decorrentes destas práticas, disse, esta terça-feira, o diretor dos serviços provinciais de infraestruturas, Silva Manuel.
"Estamos a tentar contabilizar aquilo que existe em termos de mortes em mineração ilegal (...), o número [de mortes] pode chegar aos 20 e até pode ser um pouco mais porque não temos contagem dos outros sítios, onde há problemas desta natureza e não são reportados", explicou.
Segundo o representante, os distritos de Manica, Gondola, e Báruè foram os que registaram mais vítimas mortais nestes desabamentos ao nível da província.
Manica é rica em minérios, principalmente ouro, sobretudo nos distritos de Macossa, Manica, Barué, Sussundenga, além de Gondola.
Para Silva Manuel, é necessários que os garimpeiros se organizem em associações para "garantir uma exploração mais segura e sustentável" dos recursos, evitando práticas que coloquem em risco vidas.
"Vamos trabalhando na sensibilização, dando conta destas mortes, para que as pessoas sintam que este trabalho está a prejudicar as famílias", disse.
O último incidente envolvendo o garimpo ilegal conhecido publicamente naquela província deu-se em 24 de março, quando duas pessoas morreram em acidentes envolvendo a mineração ilegal.
Os dois óbitos ocorreram numa mina de turmalinas em Báruè, distrito apontado pelas autoridades provinciais como um dos mais afetados por estas ocorrências.
Em fevereiro, pelo menos três pessoas morreram e duas sofreram ferimentos ligeiros também devido ao deslizamento de terras naquela mina de turmalinas.
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