Província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, rica em gás, é alvo de ataques terroristas há oito anos.
Pelo menos 462 pessoas foram condenadas por envolvimento nos ataques terroristas dos últimos oito anos na província moçambicana de Cabo Delgado, com 918 processos-crime abertos, avançou o Gabinete Central de Combate à Criminalidade Organizada e Transnacional (GCCCOT).
Segundo dados confirmados à Lusa pelo GCCCOT, órgão da Procuradoria-Geral da República de Moçambique, desde o início dos ataques, em 2017, foram abertos 918 processos-crime contra 724 pessoas suspeitas de envolvimento nos ataques terroristas, sendo que, destes, 76 tiveram o despacho de acusação, tendo já sido julgados 62, levando a 462 condenados a penas entre dois a 30 anos de prisão.
Os dados do GCCCOT apontam também que, destes 724 cidadãos, 619 são moçambicanos e os restantes 105 são de países como Tanzânia, Burundi, Maláui, Somália, Quénia e África do Sul.
A província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, rica em gás, é alvo de ataques terroristas há oito anos, com o primeiro ataque registado em 5 de outubro de 2017, no distrito da Mocímboa da Praia.
Oito anos após esse primeiro ataque, o Governo afirmou este mês que continua a fazer esforços para garantir a segurança às populações e bens para que estas comunidades permaneçam nos seus lugares de origem em paz.
O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, considerou este mês como "atos bárbaros" e contra a "dignidade humana" os ataques terroristas no norte do país.
O Projeto de Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos (ACLED) contabiliza 6.257 mortos ao fim de oito anos de ataques terroristas em Cabo Delgado, alertando para a instabilidade atual, com o recrudescimento da violência.
"A situação é bastante instável. Em setembro, o Estado Islâmico de Moçambique (ISM) estava ativo em 11 distritos de Cabo Delgado e também cruzou para Nampula no final do mês", disse à Lusa Peter Bofin, investigador da ACLED.
Segundo o investigador sénior da organização, que reúne e analisa dados sobre conflitos violentos e protestos em todo o mundo, desde outubro de 2017 foram registados em Cabo Delgado pelo menos "2.209 eventos de violência", com "6.257 mortes relatadas", sendo pelo menos 2.631 civis.
Quase 93 mil pessoas fugiram em Cabo Delgado e em Nampula nas últimas semanas devido ao recrudescimento dos ataques terroristas no norte de Moçambique, duplicando o número de deslocados em poucos dias, segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM).
De acordo com o mais recente relatório do terreno daquela agência das Nações Unidas, consultado pela Lusa, entre 22 de setembro e 13 de outubro a "escalada de ataques e a insegurança provocada por grupos armados" levou a "novos deslocamentos" - num total de 92.792 pessoas, equivalente a 25.476 famílias - essencialmente nos distritos de Balama, Mocímboa da Praia, Montepuez e Chiúre, Cabo Delgado, mas também em Memba, província de Nampula.
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