Marido da rainha de Inglaterra morreu aos 99 anos. Ficou conhecido pelo humor ácido e pelas 'gaffes': dizia que era o "inaugurador com mais experiência do Mundo".
1 / 5
Foi durante 74 anos a "força e solidez" da rainha Isabel II de Inglaterra: o príncipe Filipe de Edimburgo morreu esta sexta-feira aos 99 anos, após ter estado internado devido a uma operação aos problemas cardíacos de que sofria.
Nasceu na ilha grega de Corfu, no seio das famílias reais grega e dinamarquesa, a 10 de junho de 1921 (cumpriria 100 anos em junho deste ano). Foi o único filho (tinha quatro irmãs mais velhas) e o mais novo do príncipe André da Dinamarca e da princesa Alice de Battenberg.
Descendente da casa real da Dinamarca, de Jorge I da Grécia e Cristiano IX da Dinamarca, tem uma infância conturbada no meio da guerra Greco-turca, com o seu tio, líder supremo do Exército, forçado a abdicar após ser culpado pela derrota. Com a família em risco de execução, foge com a mãe para Paris.
É lá que começa a sua educação e, em 1928, vai para o Reino unido, para frequentar a Cheam School, ficando a viver com a tia Victoria Mountbatten (o nome da família havia sido ‘anglicizado’ devido a polémica que gerava o nome familiar de origem alemã após o final da I Guerra Mundial) e com o tio, George Mountbatten, Marquês de Millford Haven da corte inglesa e uma das suas maiores referências e influências.
Nos anos seguintes as irmãs mais velhas casaram-se com príncipes alemães e, ao mesmo tempo, a mãe é diagnosticada com esquizofrenia, e colocada num asilo. O episódio viria a marcá-lo para sempre, e deixou de ter contacto próximo com a mãe.
O casamento, os filhos e a vida pública: os momentos da vida do Príncipe Filipe
Em 1937 chora a morte de uma das irmãs, Cecile, o marido e os filhos desta, num trágico acidente aéreo. Logo depois perde o tio que o acolheu no Reino Unido, vítima de cancro.
Após cumprir período como cadete na Escola Naval Real de Dartmouth, volta para a Grécia e vive com a mãe (a relação era tensa, devido à doença), durante um mês, em 1939.
Serve as forças britânicas na II Guerra militar, enfrentando os cunhados que lutavam pela Alemanha. Os feitos na Marinha e em combate (na batalha de Creta, por exemplo) valem-lhe o título de tenente logo aos 21 anos (um dos mais novos de sempre na história do Reino Unido).
O início do romance com Isabel II
Em 1939, a Escola Naval recebe a visita do rei Jorge VI, sua mulher, e as duas filhas, Isabel (viria a ser Isabel II) e Margarida. Filipe é escolhido para escoltar as duas princesas e, imediatamente, Isabel apaixona-se. Tinha 13 anos quando começaram a trocar correspondência.
Pediu a mãe de Isabel em casamento em 1946, e o rei aceitou o pedido com a condição de aguardar até que Isabel completasse 21 anos.
No ano seguinte renuncia aos títulos reais dinamarqueses e gregos e adota Mountbattten como seu último nome, naturalizando-se inglês. O casamento com a então princesa Isabel é anunciado a 10 de julho de 1947.
Casam na Abadia de Westminster, cerimónia gravada e transmitida pela BBC, via rádio, para mais de 200 milhões de pessoas em todo o mundo. Dava-se o casamento mais longo da história inglesa: um amor que durou 74 anos.
Príncipe Filipe e rainha Isabel II: imagens de um casamento de sete décadas
Pelo caminho torna-se piloto da Força Aérea Real inglesa, um sonho antigo que tinha e que contou com o apoio de Isabel II.
Os primeiros dois filhos, Carlos e Ana, nascem antes de Isabel ser coroada rainha. Continua a carreira militar na Marinha Inglesa até 1951, altura em que abandona o sucesso promissor para se dedicar inteiramente ao apoio à mulher, nessa altura já a rainha Isabel II.
Acompanhou-a pelo mundo em várias visitas oficiais: Austrália, Nova Zelândia, África do Sul. Mas também assume a defesa da Coroa em visitas ‘a solo’, por exemplo, ao Ártico ou ao Canadá.
Assume também papel fulcral a fazer a ‘ponte’ entre a Família real e várias associações e causas de beneficência. Polémico, conhecido pelas ‘gaffes’ e elo humor ácido e sarcástico, as declarações sobre o seu alegado e apontado ‘republicanismo’ obrigaram-no a sublinhar várias vezes, durante a vida, que defendia a Coroa Inglesa e a monarquia acima de tudo. Com a mulher, a rainha Isabel II, teve ainda mais dois filhos, o príncipe André, duque de York, e o príncipe Eduardo.
Deixou os deveres reais e as aparições em público em 2017, aos 96 anos, quebrando a ‘regra’ muito ocasionalmente. No total, pela Coroa, teve 22 191 eventos em que participou sozinho e deu quase 5500 discursos. Descrevia-se como "o inaugurador de placas comemorativas com mais experiência do mundo".
O último evento oficial que protagonizou foi quando passou as suas funções de coronel de infantaria da Aramada Real inglesa para Camilla, segunda mulher do filho, Carlos, e duquesa da Cornualha.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.