"Creio que seria o maior erro da Rússia", referiu Volodymyr Zelensky.
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse esta sexta-feira que o atual conflito entre Kiev e Moscovo pode conduzir a uma guerra de "grande escala" entre a Rússia e a Ucrânia.
"Suponho que sim", respondeu o chefe de Estado quando questionado sobre as tensões com Moscovo durante o Forúm Yes Brainstorming 2021 que decorre em Kiev.
Zelensky disse que uma guerra de grande escala com a Rússia "seria a pior coisa que pode vir a acontecer" mas sublinhou que "por desgraça é uma possibilidade".
"Creio que seria o maior erro da Rússia", acrescentou.
Por outro lado, o chefe de Estado ucraniano disse que gostaria de se reunir com o homólogo russo, Vladimir Putin, no quadro do um novo encontro do Quarteto da Normandia para encontrar soluções sobre a situação no leste da Ucrânia.
A última reunião diplomática com o formato do quarteto decorreu em dezembro de 2019.
Em Moscovo, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, lamentou de imediato as palavras de Zelensky sobre a possibilidade de uma guerra acrescentando que não queria fazer comentário sobre "cenários apocalípticos".
O Quarteto da Normandia é formando pela Rússia, Ucrânia, França e Alemanha.
O Grupo de Contacto, outro formato diplomático sobre a situação na região, é composto pela Ucrânia, Rússia e a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
O conflito no leste da Ucrânia entre o Exército da Ucrânia e as milícias pró russas eclodiu na primavera de 2014 e provocou até hoje a morte de 14 mil pessoas.
As declarações de Zelensky ocorrem no mesmo dia em que foi anunciada a conclusão do polémico gasoduto franco-alemão Nord Stream 2.
Pouco tempo antes das declarações de Zelensky em Kiev, o porta-voz do chefe de Estado da Ucrânia afirmava à France Presse que o país se vai "bater" contra a exploração do gasoduto.
"O Presidente (Volodymyr Zelensky) sempre disse que a Ucrânia se ira bater contra esse projeto político russo, durante e após a construção e depois de começar a distribuição", disse Segiy Nikirof, porta-voz do chefe de Estado ucraniano.
A empresa Gazprom anunciou hoje que o gasoduto Nord Stream 2, entre a Rússia e a Alemanha, está "totalmente concluído".
O projeto chegou a ser adiado devido às ameaças de sanções norte-americanas e das tensões geopolíticas.
"Após uma reunião de trabalho durante a manhã, na Gazprom, [o diretor geral do grupo] Alexei Miller disse, às 08:45 em Moscovo (05:45 em Lisboa), que a construção do gasoduto Nord Stream 2 está completamente concluída", disse a companhia de energia numa mensagem divulgada através da rede de mensagens Telegram.
O gasoduto submarino no Mar Báltico deve duplicar as entregas de gás russo à Alemanha.
Para os Estados Unidos e detratores europeus do projeto, o gasoduto vai fazer aumentar de forma duradoura a dependência energética europeia em relação à Rússia.
A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente russo, Vladimir Putin, insistiram ao longo dos últimos anos que o Nord Stream era um projeto puramente comercial, sem qualquer caráter político.
O novo gasoduto, com uma capacidade de transporte de 55 mil milhões de metros cúbicos de gás anualmente, tem uma extensão 1.230 quilómetros sob o Mar Báltico estabelecendo a mesma rota que o Nord Stream 1, a operar desde 2012.
Nos últimos anos, o projeto foi criticado por Washington, assim como pela Ucrânia que vê a posição geopolítica fragilizada com o funcionamento do gasoduto entre a Rússia e a Alemanha.
A posição dos Estados Unidos mudou com a Administração do Presidente Joe Biden, que alcançou um compromisso entre Washington e Berlim sobre o assunto.
Para a Ucrânia, o gasoduto pode vir a privar Kiev de, pelo menos, 1,5 mil milhões de dólares anuais que recebe pelo trânsito de gás russo através de território ucraniano e que se destina ao bloco europeu.
Em agosto, a chanceler alemã disse na Ucrânia que Berlim iria "fazer tudo" para prorrogar o contrato de trânsito russo-ucraniano que formalmente expira em 2024.
Na mesma altura, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu a Merkel para considerar o Nord Stream 2 como uma "arma geopolítica perigosa".
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