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Ucrânia ordena bloqueio de vários portais eletrónicos noticiosos russos

Novas sanções têm como alvo uma dúzia de grupos económicos detentores de meios de comunicação russos, incluindo o do jornal Vedomosti.

23 de agosto de 2021 às 14:02

A Ucrânia ordenou o bloqueio de vários portais eletrónicos de notícias russos, incluindo o jornal económico Vedomosti, como parte de uma nova vaga de sanções contra Moscovo, esta segunda-feira denunciada pelo Kremlin.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, impôs essas sanções através de um decreto publicado no domingo, validando uma decisão nesse sentido do Conselho de Segurança nacional.

As novas sanções têm como alvo uma dúzia de grupos económicos detentores de 'media' russos, incluindo o do jornal Vedomosti -- que durante muito tempo foi um título de referência na Rússia, antes de ser adquirido por apoiantes do Kremlin -- e o do jornal diário Moskovsky Komsomolets.

Nenhuma explicação foi fornecida sobre o critério para a escolha das empresas visadas por estas medidas, que também afetou vários portais ligados a separatistas pró-russos no leste da Ucrânia.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, já reagiu às sanções, esta segunda-feira de manhã, dizendo que constituem "mais um passo nas limitações da liberdade de expressão na Ucrânia" e acusando Kiev de querer "limpar o campo de informação do país de fontes desestabilizadoras".

O líder do Sindicato dos Jornalistas Russos, Vladimir Soloviev, citado pela agência Ria Novosti, referiu-se a estas medidas como uma "limpeza" dos meios de comunicação russos na Ucrânia.

O editor-chefe do Moskovski Komsomolets, Pavel Goussev, citado por vários 'media' russos, garantiu que as sanções não terão "nenhum" impacto no funcionamento de seu jornal diário.

A Rússia há vários meses empenhada em alterar a sua postura relativamente aos meios de comunicação independentes, depois de vários portais noticiosos terem sido bloqueados por decisão das autoridades, alegando que estavam ao serviço de "agentes estrangeiros"

Peskov garantiu esta segunda-feira que este argumento - que sujeita os 'media' a crescentes restrições administrativas e frequentemente resulta em perdas financeiras - "não levou ao encerramento de nenhum meio de comunicação", mas alertando para o facto de nenhum órgão de comunicação social poder escapar "à ação da lei sobre os agentes estrangeiros".

As relações entre a Ucrânia e a Rússia estão ao nível mais baixo desde a anexação da península da Crimeia por Moscovo em 2014, seguida pela eclosão do conflito com separatistas pró-russos no leste ucraniano.

Os dois países impuseram várias sanções mútuas e uma vaga recente de sanções russas, introduzidas na sexta-feira, teve como alvo o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kouleba, e o secretário do Conselho de Segurança, Oleksy Danilov.

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