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Presidente da FIFA referido nos 'Papéis do Panamá'

Infantino assinou contrato suspeito de direitos de TV.

05 de abril de 2016 às 19:27

O papel do suíço Gianni Infantino enquanto foi o responsável pelos assuntos legais da UEFA é posto em causa nos Papéis do Panamá. O jornal The Guardian avança que o atual presidente da FIFA esteve envolvido em negócios de direitos televisivos com companhias offshore, ao contrário do que o organismo sempre defendeu.

Contratos assinados entre 2003 e 2006, co-assinados por Infantino, ligam o dirigente desportivo ao escândalo que derrubou a cúpula da FIFA, levando à demissão de Sepp Blatter e à detenção de vários dirigentes do organismo máximo do futebol.

A teia revelada pelos Papéis do Panamá é densa. Conta o jornal britânico que, em 2006, a UEFA vendeu os direitos de transmissão para a América do Sul da Liga dos Campeões, Taça UEFA e Supertaça Europeia à companhia argentina 'Cross Trading'. Esta empresa vendeu de imediato estes direitos à televisão Teleamazonas por um preço três vezes superior ao que pagou. A Cross Trading tem sede no paraíso fiscal de Niue - um dos territórios usados pela Mossack Fonseca para os seus negócios. A empresa assinou contrato com a Team, parceira da UEFA nos negócios de televisão e marketing. O documento revela o nome de Infantino. 

A Cross Trading é detida por uma empresa que pertence a Hugo Jinkins, procurado pela justiça americana pro ter pago milhões em luvas a altos dirigentes do futebol. Tanto ele como o filho, Mariano, estão neste momento em prisão domiciliária na Argentina. A Mussack Fonseca aparece no processo por assegurar a representação da Cross.

Os Papéis do Panamá mostram que a Cross Trading comprou os direitos da Liga dos Campeões para o Equador por 111 mil dólares. Logo de seguida vendeu-os à televisão equatoriana Teleamazonas por 311 mil dólares.

A UEFA defendeu sempre a justeza da sua atuação, reforçando que a Cross Trading tinha feito a licitação mais alta no leilão dos direitos televisivos em questão. Em resposta aos jornalistas que investigam o caso, a UEFA mantém que nada sabia sobre atividades ilegais da empresa. Nada é referido sobre algum pagamento que Infantino tenha recebido neste processo.

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