<p align="justify" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt">A brutal repressão policial ao novo protesto contra o aumento nas passagens dos transportes realizado no final da tarde desta quinta-feira por estudantes no centro da cidade brasileira de São Paulo deixou pelo menos cem pessoas feridas, várias delas jornalistas e outras que nem participavam na manifestação, e outras 241 foram detidas. <p align="justify" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt">
A polícia deslocou para a área da manifestação um impressionante contingente de homens, reforçados pela cavalaria, carros blindados e helicópteros e usou de extrema violência até contra cidadãos que passavam sem terem nada a ver com o protesto.
A atuação da polícia foi tão violenta que até a Amnistia Internacional emitiu um comunicado criticando o uso de tanta agressividade por parte das forças de segurança.
Desta feita, a polícia de São Paulo, incentivada por declarações de apoio do governador do estado, Geraldo Alckmin, tantas vezes acusado na imprensa de não ter pulso para enfrentar o crime organizado, usou até tanques blindados e a cavalaria para atacar e dispersar os manifestantes, que protestavam de forma pacífica e organizada até à primeira carga policial.
Mesmo antes do início da concentração dos estudantes, marcada para as 17h00 locais na Praça Ramos de Azevedo, em frente ao Teatro Municipal, a polícia já se mostrava truculenta. As ruas em redor foram tomadas por um grande efetivo policial e pessoas que se dirigiam para o local eram revistadas, tendo cerca de 50 sido detidas por alegada suspeita de irem cometer danos ao património.
(Clique na fotografia em cima e veja FOTOGALERIA dos violentos confrontos)
DISPERSÃO À BALA
A manifestação, que reuniu cerca de 5000 jovens, segundo a polícia, ou o triplo, segundo os organizadores, seguiu para a Praça da República e pela Avenida Ipiranga até chegar à Praça Roosevelt, início da Rua da Consolação, por onde os manifestantes pretendiam chegar à Avenida Paulista.
Foi aí, na Praça Roosevelt, que a polícia decidiu acabar com a manifestação, carregando contra a multidão disparando sem cessar uma chuva de balas de borracha e dezenas de bombas de efeito moral, de gás lacrimogéneo e de pimenta.
A partir daí, o centro da cidade transformou-se numa praça de guerra.
Fugindo da polícia, os manifestantes correram por várias ruas, sendo perseguidos por viaturas em alta velocidade e alvejados contínuamente com mais bombas e nova chuva de balas de borracha, disparadas quase sempre na direção do rosto, onde podem ferir gravemente.
A truculência policial não poupou nem pessoas que não tinham nada a ver com o protesto e se tentavam proteger em portas de edifícios e até na Igreja da Consolação, onde uma senhora de 66 anos foi agredida por polícias.
TANQUES NA PAULISTA
Para evitarem que os manifestantes fechassem a Avenida Paulista, como nos dias anteriores, a polícia, estranhamente, interditou e esvaziou ela mesmo a importante artéria bloqueando os seus acessos com tanques blindados e centenas de homens de forças especiais armados até aos dentes.
Ao longo de várias horas, pequenos grupos que iam conseguindo chegar à Paulista foram perseguidos pela polícia, que concentrou mais de 900 homens de forças de choque e outros batalhões operacionais. Já perto das 23h00 locais, 03h00 em Lisboa, até um pequeno grupo de cerca de 40 pessoas que não tinham participado nos protestos e se reuniram em frente ao Museu de Arte de São Paulo, MASP, pedindo o fim da violência de ambas as partes foi dispersado à base de cassetete e balas de borracha.
JORNALISTAS ATACADOS
Mais uma vez, e como já tinha acontecido nos protestos anteriores, os jornalistas não escaparam da brutalidade policial, que tinham denunciado nos seus veículos de comunicação.
Só o jornal 'Folha de S. Paulo' teve sete repórteres feridos, tendo sido feridos igualmente jornalistas de outros órgãos, como do jornal 'Estado de S. Paulo', da revista 'Carta Capital' e da agência 'Futura Press'.
Sérgio Silva, repórter fotográfico da 'Futura Press', atingido por uma bala de borracha num dos olhos, está internado e corre o risco de ficar cego.
Tal como na maior parte dos casos envolvendo jornalistas, a polícia atirou na direcção dos olhos, o que fez o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grela, mandar instaurar uma investigação.
Outro repórter fotográfico, Felipe Araújo, do 'Estado de S. Paulo', conta que foi atropelado de propósito por uma viatura policial, apesar de se ter identificado e que, já no chão, ferido, ainda foi ameaçado por polícias que sairam da viatura aos gritos exigindo que ele se levantasse.
“Os carros da polícia desceram a rua atropelando tudo. Eu mostrei a minha cãmara para me identificar, mas eles atropelaram-me assim mesmo e caí à beira da calçada. Aí, os polícias desceram do carro e gritaram “levanta!, levanta!”, indiferentes ao facto de eu ter acabado de ser atropelado", contou Felipe
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