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Rússia nega responsabilidade por encerramento dos aeroportos de Copenhaga e Oslo

Serviços de inteligência da Dinamarca e da Noruega estão a colaborar na investigação, sem indicações de ligação entre os dois acontecimentos.

23 de setembro de 2025 às 13:48

A Rússia rejeitou esta terça-feira insinuações das autoridades dinamarquesas de que poderia estar ligada ao incidente com drones que obrigou ao encerramento durante várias horas dos aeroportos de Copenhaga e Oslo.

Os aeroportos de Kastrup (Copenhaga) e Gardermoen (Oslo) estiveram fechados ao tráfego durante várias horas entre segunda-feira à noite e esta terça-feira de madrugada devido à presença de vários drones nas imediações.

A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, classificou o incidente como um ataque grave, que "se insere na evolução recente de outros ataques com drones, violações do espaço aéreo e ciberataques a aeroportos europeus" atribuídos à Rússia.

Em resposta, o porta-voz do Kremlin (presidência russa), Dmitri Peskov, disse que "um país que assume uma posição séria não deve repetir acusações infundadas".

"Fazer acusações infundadas de forma periódica conduz, francamente, a que novas declarações não sejam levadas a sério", afirmou Peskov durante a conferência de imprensa telefónica diária, citado pela agência de notícias espanhola EFE.

O aeroporto de Kastrup suspendeu operações entre as 20:30 de segunda-feira e as 00:30 de terça-feira (hora local), provocando cerca de 100 cancelamentos e 31 desvios para outros aeródromos.

O de Gardermoen esteve encerrado entre as 00:30 e as 03:30 (hora local).

A polícia dinamarquesa atribuiu o incidente a um "ator capacitado", referindo mesmo alguém "com ferramentas para se fazer notar".

As autoridades norueguesas ainda não classificaram o incidente.

Os serviços de inteligência da Dinamarca e da Noruega estão a colaborar na investigação, sem indicações de ligação entre os dois acontecimentos.

Dois estrangeiros foram detidos horas antes por fazerem voar drones no centro de Oslo, embora não tenha sido determinada qualquer ligação com o episódio em Gardermoen.

"Não excluímos nenhuma hipótese sobre quem poderá estar por trás", disse a primeira-ministra da Dinamarca.

A Comissão Europeia também referiu a possibilidade de a Rússia ter sido responsável pelo incidente.

"Precisamos de aguardar pelos resultados [da investigação], mas nas últimas semanas assistimos a ações imprudentes da Rússia, primeiro na Polónia, depois na Roménia e mais recentemente na Estónia", comentou a porta-voz da Comissão Europeia.

Para Anitta Hipper, a Rússia, que está em guerra com Ucrânia, "não violou acidentalmente" o espaço aéreo dos países da União Europeia e da NATO, "foi uma violação intencional".

O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, admitiu na sexta-feira que o país estava preparado para abater aviões russos que violassem o espaço aéreo da Polónia se tivesse o apoio unânime dos aliados da NATO.

O chefe da diplomacia polaca, Radoslaw Sikorski, advertiu Moscovo na segunda-feira para não se queixar se Varsóvia abater um avião ou míssil russo que entre no território polaco, seja de forma intencional ou por erro.

"Estão avisados", declarou Sikorski, ao recordar a incursão de drones russos em 09 e 10 de setembro, durante uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU convocada pela Estónia.

O Kremlin rejeitou hoje as ameaças polacas e reafirmou que as acusações de violações do espaço aéreo feitas à Rússia "não foram sustentadas com dados fiáveis ou argumentos convincentes".

"A nossa reação é negativa. Mantemos uma postura muito responsável. Como sabem, os nossos militares já afirmaram que, em todos os voos, os aviões seguem as normas internacionais e em nenhum caso saem desse enquadramento", afirmou.

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