Escolas de samba desfilaram do início da noite de sexta até final da madrugada deste sábado.
Um clima de saudosismo, com a evocação de tempos e glórias passadas, e também de homenagens a vultos já desaparecidos, deram o tom à primeira noite de desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro, que desfilaram do início da noite de sexta até final da madrugada deste sábado. Os desfiles de Carnaval, que foram proibidos no ano passado, este ano só puderam ocorrer agora devido às restrições anteriores provocadas pela pandemia de Coronavírus.
No Sambódromo da Avenida Sapucaí, no centro da cidade do Rio de Janeiro, não faltou animação, na passarela e nas arquibancadas, mas problemas com carros alegóricos sucederam-se escola a escola, prejudicando em alguns momentos o brilho do espectáculo. Mas nada parecido com a tragédia ocorrida na noite de quarta para quinta, durante o desfile das escolas de samba do grupo de acesso, quando a menina Raquel Antunes da Silva, de 11 anos, foi esmagada contra um poste por um enorme carro alegórico da Escola de Samba Em Cima da Hora, tendo morrido no final da manhã desta sexta-feira no Hospital Sousa Aguiar.
No desfile desta noite de sexta para sábado, a Imperatriz Leopoldinense homenageou a sua própria história e a comunidade que representa, dando especial destaque ao carnavalesco Arlindo Rodrigues, que décadas atrás lhe garantiu o primeiro dos oito títulos que possui nos desfiles do Rio de Janeiro. A Mangueira, uma das escolas de samba mais tradicionais do Brasil, também recordou o seu passado de glória, homenageando entre outros nomes ilustres que já fizeram parte dela Cartola, Jamelão e Delegado, encantando o público logo na Comissão de Frente, cujos integrantes trocaram de roupa ali mesmo no desfile diversas vezes num truque inteligente e muito bem executado.
A Escola de Samba Académicos do Salgueiro levou para a Sapucaí um samba enredo evocando a negritude e a resistência dos negros ao longo dos séculos contra todos os tipos de discriminação e atropelos, destacando-se à frente da bateria (o conjunto de ritmistas) a actriz da Tv Globo Viviane Araújo, que, aos 46 anos, exibiu orgulhosamente a sua barriga de grávida de cinco meses. A São Clemente, uma das escolas mais esperadas da noite, homenageou o actor e humorista Paulo Gustavo, falecido meses atrás após uma longa mas inglória luta contra a Covid-19, e o público vibrou muito com o sanba enredo e a presença em carros alegóricos da mãe e do viúvo do comediante, mas uma sucessão de avarias nos gigantescos carros alegóricos ensombrou a apresentação.
Talvez o maior destaque da noite, a Escola de Samba Unidos do Viradouro desenvolveu um luxuoso desfile comparando o Carnaval de 1919, o primeiro depois da pandemia de gripe espanhola que matou milhões de pessoas pelo mundo, com o Carnaval deste ano, o primeiro após a Covid-19, e impressionou com riquíssimas fantasias e carros alegóricos evocando o requinte de antigos carnavais franceses. Outro destaque da primeira noite de desfiles foi a Beija-Flor de Nilópolis, que levou para a Marquês de Sapucaí mais um enredo sobre a negritude, mas desta feita enaltecendo grandes vultos negros que se destacaram nas artes, nas letras, nas ciências e no comando de movimentos que mudaram o mundo.
A segunda noite de desfiles no Rio de Janeiro começa às 22 horas deste sábado pelo horário local, duas da madrugada em Lisboa, e levará para a avenida outras seis escolas. São elas a Paraíso do Tuiuti, Portela, Mocidade Independente de Padre Miguel, Unidos da Tijuca, Académicos do Grande Rio e Vila Isabel.
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