Domingos Brazão terá, alegadamente, assinado um acordo de coligação com um ex-polícia preso por ter sido o autor dos disparos que mataram Marielle.
O ex-deputado regional do Rio de Janeiro e atual conselheiro do Tribunal de Contas do Rio do mesmo estado brasileiro, Domingos Brazão, um dos suspeitos de envolvimento no assassínio da vereadora carioca Marielle Franco a 14 de Março de 2018 na cidade, desafiou a polícia e o Ministério Público a provarem que tem alguma ligação com o crime, que na época teve repercussão internacional.
O nome de Brazão, já aventado anos atrás, voltou às manchetes esta semana após notícias de um suposto acordo de colaboração com a justiça que terá sido assinado por Ronnie Lessa, um ex-polícia preso por ter sido o autor dos disparos que mataram Marielle e o seu motorista naquele dia, Anderson Gomes numa rua escura no Estácio, região central do Rio.
"Eu desafio acharem algo contra mim. Não tem nada mais forte do que a verdade. Esse golpe (a suposta de tnúncia em que é acusado por Ronnie Lessa de ser o mandante das mortes) foi abaixo da linha da cintura, é algo que desgasta. Mas já fui investigado (anos atrás) pela Polícia Civil (Judiciária), pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, e não acharam nada. Por que protegeriam o Domingos Brazão? Que funcionário público colocaria em risco a sua carreira para me proteger?", declarou o conselheiro.
Domingos Brazão antecipou a defesa a uma eventual acusação de Lessa que, na verdade, ainda não foi oficializada, uma vez que o presumível acordo de colaboração com a justiça em troca de benefícios ainda não foi avaliado pelo órgão competente, o Superior Tribunal de Justiça, STJ.
O facto de o alegado acordo estar na alçada do STJ trouxe novamente o nome do ex-deputado às manchetes. É que entre os nomes de potenciais suspeitos de envolvimento com as mortes de Marielle e de Anderson, o único que tem prerrogativa de foro é Brazão, já que o STJ só julga governadores de Estado, desembargadores do Tribunal de Justiça e conselheiros do Tribunal de Contas, caso de Brazão, para quem uma eventual acusação de Ronnie Lessa contra ele, a confirmar-se, seria uma cortina de fumaça para proteger o verdadeiro mandante dos brutais assassínios.
"O Lessa deve estar querendo proteger alguém. A polícia tem de descobrir quem. Nunca fui apresentado à Marielle, nem ao Anderson, nem tão-pouco ao Lessa e ao Hélcio Queirós (outro ex-polícia, que já confessou ter dirigido o carro de onde Lessa efetuou os disparos), jamais estive com eles. Nem tenho o meu nome ligado a milicianos". argumentou Domingos Brazão, aludindo ao facto de, desde o início da tumultuada investigação sobre as mortes se ter atribuído a responsabilidade a milícias que controlam vastas áreas da zona oeste do Rio de Janeiro.
As milícias, após a informação divulgada nas manchetes brasileiras, voltaram a ter destaque, pois Ronnie Lessa supostamente atribuiu-lhes a responsabilidade pela morte de Marielle, que, de acordo com o que foi vazado, teria contrariado interesses daquele grupo paramilitar com fortes ramificação na polícia e na política.
De acordo com as notícias, Marielle Franco, uma combativa militante de esquerda que foi eleita vereadora com a quinta maior votação do Rio de Janeiro, estava a incentivar movimentos populares a invadirem e ocuparem um terreno de grandes dimensões na zona oeste da cidade onde a milícia que controla a área pretendia construir um gigantesco condomínio clandestino e ganhar milhões vendendo apartamentos.
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