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Temer convida Bolsonaro para o acompanhar na Cimeira do G20 na Argentina

Presidente eleito ainda não respondeu se vai. Estado de saúde é uma das condicionantes.

08 de novembro de 2018 às 14:09

Numa situação inédita, que evidencia a grande harmonia entre ambos, o atual presidente do Brasil, Michel Temer, do Partido Movimento Democrático Brasileiro, MDB, convidou o presidente eleito, Jair Bolsonaro, do Partido Social Liberal, PSL, a acompanhá-lo em viagens internacionais que ainda fará até final do mandato, a 31 de dezembro. 

E uma dessas viagens é a cimeira do G20, que Temer destaca pela importância e pelo número de governantes mundiais reunidos. O grupo dos 20 países mais ricos do mundo reúne-se a 30 deste mês na capital da Argentina, Buenos Aires.

"Convidei o presidente Bolsonaro, se ele puder, para fazer viagens comigo ao exterior. Mencionei até a hipótese do G20, que será agora no fim do mês. Não sei se o presidente poderá, mas disse-lhe ele que, quando ele queira, podemos ir juntos para o exterior", disse Temer no final da primeira reunião com Bolsonaro depois da eleição deste em 28 de outubro.

Na cimeira, estarão vários dos principais líderes mundiais, como os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da França, Emmanuel Macron, e as primeiras-ministras da Alemanha, Angela Merkel, e da Grã-Bretanha, Theresa May. Seria a grande oportunidade de o até há pouco desconhecido Jair Bolsonaro ser apresentado a grandes governantes mundiais, principalmente Trump, um dos grandes ídolos do brasileiro e com o qual ele pretende ter uma relação estreita.

Bolsonaro, que tinha falado primeiro, não se posicionou sobre o convite. Se aceitar, será a primeira vez no Brasil que um presidente eleito viajará em missão oficial com o presidente que está no cargo.

Presidente eleito ainda recupera de facada durante a campanha

Uma das razões que pode impedir Bolsonaro de viajar agora é o seu estado de saúde. Depois de ter sofrido um atentado à faca em 6 de Setembro durante um acto de campanha na cidade de Juíz de Fora, no estado de Minas Gerais, Jair Bolsonaro ainda não está totalmente recuperado, quer das profundas lesões que sofreu no abdômen, quer das cirurgias profundas a que teve de se submeter. 

O presidente eleito ainda usa uma bolsa de colostomia, para onde o seu intestino, perfurado e cortado em vários pontos, lança as fezes sem que ele possa controlar, o que pode gerar situações constrangedoras em viagens longas. Exactamente para retirar essa incómoda bolsa colada ao lado do corpo e reconstruir o intestino grosso, já está marcada para o dia 12 de dezembro uma nova cirurgia no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde Bolsonaro esteve internado 22 dias após o atentado.

A relação entre Bolsonaro e Temer tem sido extremamente cordial, quer no campo pessoal quer, principalmente, no político. A ponto de Temer, que depois de deixar o cargo e perder a imunidade terá de responder como cidadão comum a uma série de processos por corrupção, se ter oferecido também para tentar aprovar no Congresso ainda este ano várias medidas impopulares mas necessárias, livrando Bolsonaro desse desgaste ao assumir o poder no dia 1 de janeiro.

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