Presidente do Parlamento Nacional timorense enalteceu o papel crucial do 25 de Abril na consolidação da liberdade e independência das antigas províncias ultramarinas.
O presidente do Parlamento Nacional timorense enalteceu esta terça-feira o papel crucial do 25 de Abril na consolidação da liberdade e independência das antigas províncias ultramarinas, o que gerou enormes mudanças em Portugal e nos novos países.
"A revolução dos cravos regista a liberdade e a democracia em Portugal e a descolonização das colónias, então conhecidas como províncias ultramarinas", disse Aniceto Guterres Lopes numa sessão comemorativa da adesão de Timor-Leste ao documento sobre a Fraternidade Humana para a Paz Mundial e a Convivência Comum.
"A revolução dos cravos, ao som da marcha Grândola Vila Morena, combina a vontade política revolucionária com o espírito fraternal, criando grandes mudanças para Portugal e para as províncias ultramarinas, conduzindo à liberdade e à independência", afirmou.
Aniceto Guterres Lopes considerou uma "feliz coincidência" que o 25 de abril coincida com o período da campanha para as legislativas e o primeiro aniversário em Díli da adesão de Timor-Leste ao documento sobre a Fraternidade Humana para a Paz Mundial e a Convivência Comum", conhecida como a Declaração de Abu Dhabi, assinada em 2019 pelo Papa Francisco e pelo Grão Imame de AL-Azhar, Ahmad Al-Tayyeb.
Uma coincidência, disse, que "enfatiza a fraternidade, a justiça e a vontade de melhoria de vida para todos", um espírito, disse, que "tem de ser consolidado no processo democrático agora e no futuro".
"Política sem fraternidade, democracia sem fraternidade, construção do estado sem fraternidade, convivência sem fraternidade, ignora ou oprime as pessoas. A governação ou desenvolvimento deve colocar as pessoas no centro da governação", disse.
Intervindo na mesa ocasião, também o Presidente da República, José Ramos-Horta, se referiu ao 25 de Abril, recordando os "jovens oficiais militares portugueses, exaustos e revoltados, que derrubaram a ditadura salazarista".
"Na época ouvimos Zeca, Grândola Vila Morena, ouvimos falar de Otelo Saraiva de Carvalho, dos Capitães de Abril, de Mário Soares e Álvaro Cunhal e outões grandes homens e mulheres que sem violência, sem fuzilamentos, sem tribunais especiais lançaram as bases do Portugal de hoje, tolerante, moderno, democrático e prestigiado", disse.
Ramos-Horta quis ainda recordar outras figuras que "provocaram queda do regime de Salazar: Amílcar Cabral, Aristides Pereira, Pedro Pires, Agostinho Neto, Mondlane e Samora Machel, Joaquim Chissano".
"Em Timor-Leste lembramos a grande figura de Dom Boaventura, os líderes da insurreição de 1959, a quem prestamos o nosso profundo respeito. Foram todos pioneiros das lutas anticoloniais e os seus sacríficos resultaram na revolução dos cravos", afirmou.
Também o cardeal timorense, Virgílio do Carmo da Silva, recordou que os deputados "são promotores e educadores da fraternidade" e "a voz da população timorense", desafiando-os a ouvir os pedidos do povo.
"Sois os representantes do povo, sois o prolongamento da boca e do ouvido dos vossos irmãos e irmãs timorense. Quem fala, antes de tudo, tem de saber escutar e temos que escutar os gritos dos pobres e marginalizados, dos que gritam nas áreas remotas do país, a suplicar uma vida digna, para proteger os seus direitos e principalmente pedindo que sejam considerados como filhos e filhas desta terra", afirmou.
"Mil passos iniciam-se com o primeiro passo. Estamos a fazer o nosso primeiro passo, do nosso desempenho, para a fraternidade humana, o início determinante para o futuro deste país. O caminho é longo, mas não caminhamos sozinhos, contamos com a proteção de Deus e o apoio mútuo dos timorenses", vincou.
O líder máximo da Igreja Católica em Timor-Leste recordou a "nobre tarefa de trabalhar incansavelmente por um mundo mais fraterno e solidário", apostando no diálogo e na escuta recíproca.
Na sua intervenção, Ramos-Horta relembrou ainda o outro momento celebrado esta terça-feira, o dia de memória conhecido como Anzac Day, comemorado, inicialmente, para homenagear os membros do Australian and New Zealand Army Corps (ANZAC) que lutaram em Gallipoli na I Guerra Mundial.
A data é atualmente um dia de memória de todos os que "serviram e morreram em guerras, conflitos e operações de paz", tendo Ramos-Horta participado na cerimónia que decorreu esta terça-feira no recinto do Cristo Rei, em Díli, ao amanhecer.
"Prestei homenagem aos mártires australianos e neozelandês que perderam as suas vidas em solo timorense", disse.
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