page view

Total de deslocados na província moçambicana de Nampula sobe para 82 mil

Em dois dias, mais de 10 mil pessoas fugiram de Memba.

28 de novembro de 2025 às 07:30

Mais de 10 mil pessoas fugiram em dois dias de Memba, província moçambicana de Nampula, devido a ataques de grupos terroristas, elevando a 82 mil deslocados desde 11 de novembro, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

De acordo com o mais recente relatório do terreno daquela agência das Nações Unidas, a verificação conjunta entre a OIM e as autoridades locais "confirmou o deslocamento de 16.131 famílias", totalizando 82.691 pessoas, entre 11 e 25 de novembro, do distrito de Memba para o de Eráti, ambos em Nampula.

Até 23 de novembro, esse total de deslocados ascendia a 14.172 famílias (71.983 pessoas), segundo o relatório anterior da OIM.

Acrescenta que os principais pontos de concentração de deslocados incluem Alua Sede, com 49.924 pessoas, Miliva, com 16.838, e a Escola Primária de Alua Velha, com 15.929.

Entre os deslocados em Eráti, as crianças representam 67% (55.290) do total, com a OIM a descrever que os centros de acolhimento "permanecem congestionados, com famílias ocupando salas de aula, tendas ou espaços abertos", com "acesso limitado à água, saneamento e higiene".

Acrescenta que "mulheres, meninas, idosos e pessoas com deficiência enfrentam vulnerabilidades ainda maiores", incluindo situações de Violência Baseada no Género (VBG), referindo ainda que há 1.227 grávidas entre a população deslocada de Memba.

O governador de Nampula disse em 26 de novembro que os grupos rebeldes que protagonizam ataques armados no distrito de Memba, naquela província, estão a abandonar a região, depois de vários ataques no último mês, com registo de destruição de casas e vários mortos, devido à pressão das Forças de Defesa e Segurança.

"Há feridos graves que estão a ser puxados (...). Eles atravessaram há uns dias, (...) antes de ontem e ontem, para o lado de Cabo Delgado, para a zona de Chiúre, portanto, abandonaram o nosso território", disse o governador de Nampula, Eduardo Abdula.

Acrescentou que pode ainda haver "um e outro perdido", mas que a "missão é continuar com a caça e continuar a perseguir".

Segundo Abdula, as Forças de Defesa e Segurança estão a fazer um "excelente" trabalho em resposta ao terrorismo e, para apoiar as suas operações, a província vai entregar dois dos dez 'drones' [aparelhos não tripulados] prometidos para facilitar a "caça" aos alegados terroristas.

"Vamos fazer a entrega oficial daquilo que prometemos, os 'drones' para andar à caça desses bandidos", declarou o governador, explicando que os 'drones' "de alta precisão" devem servir para realizar missões de vigilância, reconhecimento e posterior ataque aos alegados terroristas no distrito de Memba.

A província de Cabo Delgado, também no norte de Moçambique, rica em gás, é alvo de ataques extremistas há oito anos, com o primeiro ataque registado em 05 de outubro de 2017, no distrito de Mocímboa da Praia.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8