Ancara recusou plano dos líderes europeus.
Os líderes da União Europeia (UE) chegaram ontem a acordo para avançar com um plano de controlo da vaga de refugiados em colaboração com a Turquia. Mas Ancara frisou que o plano não está finalizado, apesar das promessas de Bruxelas de dar "novo alento" às negociações de adesão da Turquia à UE e de levantar a obrigatoriedade de visto de entrada aos cidadãos turcos que chegam aos países europeus do espaço Schengen.
A UE está ainda na disposição de aumentar para três mil milhões de euros o pacote de apoio financeiro à Turquia para ajudar os mais de dois milhões de refugiados que entraram no país desde o início da guerra na Síria, em 2011.
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, explicou que o objetivo do pacto é estimular a Turquia a manter esses refugiados onde estão, a fim de que não venham engrossar a vaga de mais de 700 mil pessoas que desde o início do ano já entraram na Europa.
O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Feridun Sinirlioglu, disse que o acordo "é um esboço" e considerou "inaceitáveis" as medidas financeiras avançadas por Bruxelas. Ancara alega que a manutenção dos campos de refugiados já custou ao país mais de sete mil milhões de euros.
Antes das declarações do chefe da diplomacia turco, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, tinha já criticado a abordagem europeia da crise. "Anunciam que vão receber 30 mil a 40 mil refugiados e são nomeados para o Nobel. Nós estamos a albergar dois milhões e ninguém quer saber", afirmou Erdogan.
A chanceler alemã, Angela Merkel, chega hoje à Turquia, onde continuará a negociação do acordo.
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