Centenas de radicais independentistas lançaram pedras e garrafas contra a polícia no centro de Barcelona.
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A cidade de Barcelona viveu na sexta-feira a pior noite de violência desde o início dos protestos contra a condenação de nove dirigentes separatistas, na segunda-feira. Os confrontos entre polícias e manifestantes, que se seguiram à greve geral e aos desfiles independentistas que decorrem pacificamente durante o dia, saldaram-se em, pelo menos, 182 feridos e 83 detidos.
Tal como nos dias anteriores, o epicentro da violência foi a sede da Polícia Nacional na Via Laietana, onde se juntaram centenas de manifestantes radicais, na sua maioria jovens e de rosto tapado, que lançaram pedras e garrafas contra a polícia e ergueram barricadas em chamas no meio da rua.
Na manhã deste sábado, o cenário era de completa destruição, com o asfalto pejado de pedras da calçada arrancadas pelos manifestantes, montras partidas e mobiliário urbano vandalizado e queimado.
Junto à sede da Polícia Nacional, algumas dezenas de pessoas ofereciam flores, comida e refrigerantes aos agentes e aproveitavam para lhes endereçar algumas palavras de apoio, garantindo que "não estão sozinhos". Foi aqui que a reportagem da CMTV encontrou António Barbosa, um português residente em Barcelona há nove anos, que acompanha com apreensão os acontecimentos.
Apesar de não se querer pronunciar sobre a independência da Catalunha, não deixa de tecer críticas à forma como o processo tem sido conduzido, que considerou "antidemocrática".
"O referendo foi uma farsa, foi um grupo de indivíduos que resolveu organizar uma pseudoeleição, em que eles próprios puseram as urnas, votaram e contaram. Se isso acontecesse em Portugal, ninguém levaria a sério", afirma, acrescentando que "existe muita manipulação" por parte dos independentistas "que controlam o discurso". "Levam a acreditar que a independência é a salvação e o papão está em Madrid", acusa.
Sánchez recusa atender telefonema de Torra
O primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez recusou ontem atender um telefonema do chefe do governo da Catalunha, Quim Torra, garantindo que não haverá diálogo enquanto o líder independentista não condenar "inequivocamente" a violência que tem varrido a Catalunha.
"Torra deve condenar rotundamente a violência, o que não fez até ao momento, bem como reconhecer o trabalho das Forças e Corpos de Segurança do Estado e da polícia catalã e solidarizar-se com os polícias feridos", afirmou fonte oficial do gabinete do primeiro-ministro. Sobre o pedido de diálogo do líder catalão, a mesma fonte adiantou que o governo de Madrid "está sempre disposto a dialogar dentro da Lei".
"Primeiro a Lei e depois o diálogo. Para que o diálogo seja eficaz, o senhor Torra deve reconhecer a outra parte dos catalães, os que não são independentistas e que lhe exigem que reconstrua a convivência destruída pelo independentismo".
A resposta contundente do governo surge na sequência do ultimato de Torra, que exortou o primeiro-ministro a "fixar dia e hora" para negociar a autodeterminação da Catalunha. Torra instou ainda o governo a garantir que as forças de segurança "atuem com proporcionalidade".
"É impossível ignorar isto"
"Temos vivido estes dias com muita tensão e emoção. Apesar de vivermos fora do centro, onde levamos uma vida perfeitamente normal, é impossível ignorar isto", disse à CMTV o português António Barbosa, residente em Barcelona há nove anos.
O lamento de Ada Colau: "Barcelona não merece isto"
A presidente da Câmara de Barcelona, Ada Colau, condenou a violência e fez um apelo sentido à calma. "Isto não pode continuar assim, Barcelona não merece isto. Ontem [sexta-feira] à noite vivemos momentos muito graves numa cidade de paz", disse.
Populares apoiam a polícia e oferecem flores e comida
"Não estão sozinhos." A frase foi várias vezes repetida por dezenas de populares que se juntaram, ontem à tarde, junto à sede da Polícia Nacional em Barcelona. Através das barreiras ofereceram flores, comida, bebida energéticas e até um presunto.
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