A presença de vários governantes e o tom geral da cerimónia, pelo menos da parte do Executivo, mais fazia parecer que já estamos em campanha eleitoral. Mas a verdade é que o acordo de Concertação Social assinado ontem pelo primeiro-ministro e pela generalidade dos parceiros sociais é politicamente muito relevante.
Desde logo porque a AD retira parte do discurso ao PS e à esquerda. A subida regular do salário mínimo até aos mil euros, a promessa de crescimento do salário médio até mais perto dos 1900, e a meta de aumentos salariais a rasar os 5% são três passos relevantes para a melhoria geral de remuneração dos portugueses.
Mas o conjunto de medidas proposto para as empresas reforça também a promessa de crescimento económico para os próximos anos. Com a adesão geral ao acordo, mesmo sem garantias orçamentais, com a exceção da habitualmente relapsa CGTP, os parceiros sociais dão um sinal de confiança neste Governo, mostram-se disponíveis para um pacto social de crescimento da atividade empresarial e dos rendimentos do trabalho.
Mais relevante: para um Governo de centro-direita acossado pela falta de maioria que lhe permita aprovar um Orçamento, esta é uma poderosa arma para se afirmar, para afirmar o seu poder, e também para guardar munições para uma eventual ida a votos.
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Por Carlos Rodrigues
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Por Carlos Rodrigues.