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Carlos Rodrigues

Carlos Rodrigues

Diretor

"A declaração de Medina significa que o PS já tem novo líder: José Luís Carneiro"

23 de maio de 2025 às 00:32

Fernando Medina representa um certo PS que se comprometeu com o rigor nas contas públicas, procurando conjugá-lo com a sensibilidade social. Essa alteração profunda do perfil do Partido Socialista, ocorrida durante os 8 anos de governação de António Costa, constitui uma das mais relevantes mutações políticas do regime nos últimos anos. Depois de ser responsável pela mais recente bancarrota nacional, e que deu origem à intervenção da ‘troika’, o PS assumiu-se, a partir do consulado de Centeno, como o paladino das contas certas. Em vez de transformar essa característica numa força eleitoral, o ainda líder do PS, Pedro Nuno Santos, relegou-a para segundo plano no período em que liderou o partido, e em que ocorreram dois atos eleitorais sucessivos. Foi um erro. Com este património, Medina transformou-se num ativo político que sintetiza alguns valores de esquerda, corrigindo-os com o combate ao despesismo, aos défices e ao desequilíbrio do Estado. Ontem, no canal NOW, o antigo ministro das Finanças revelou que não será candidato a secretário-geral do PS. Isso, na prática, significa que os socialistas já escolheram o próximo líder. José Luís Carneiro foi um ministro da Administração Interna competente, é moderado e vai recentrar o partido. Será, provavelmente, o secretário-geral do partido com a tarefa mais difícil da História da democracia. Com este endosso, Medina parece resguardar-se para o próximo ciclo.

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