Carlos Rodrigues
DiretorO arco da governação foi um conceito político criado em tempos pelo CDS para valorizar os centristas como partido de poder, por contraponto, à época, com as organizações à esquerda do PS. Era uma época pré-geringonça, em que uma certa ideia de combate ao sistema estava limitada ao PCP e ao Bloco. Não havia Chega, não havia Ventura, e, com essa construção teórica, o partido de Paulo Portas lá conseguiu intrometer-se no campeonato dos grandes. Passou anos no Governo, em diversas encarnações do seu líder da altura, mesmo tendo o CDS votações muito inferiores aos partidos do bloco central. Ora, o que aconteceu ontem no Parlamento, com a votação das novas leis da imigração, foi um momento simbólico. O Chega e Ventura puseram um pé dentro do arco da governação. Agora, vão tentar escancarar as portas do poder, e irromper pelos palácios onde as leis, as instituições, e também os grandes negócios se decidem. Para concluir este movimento, o Chega tem nas autárquicas um momento de alto risco. O risco não é ter poucos votos. O risco é precisamente o contrário. Cada autarquia conquistada por Ventura será um risco para o partido. Em todas as cidades que forem geridas pelo Chega, o partido terá de governar bem, porque vai estar sob escrutínio. Será a hora da verdade. Chegar ao poder autárquico é agora o grande risco para André Ventura e para o partido que está a construir há anos.
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Por Carlos Rodrigues
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